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Itália multa Shein em 1 milhão de euros por “greenwashing”

O órgão antitruste da Itália multou a gigante de moda chinesa Shein em 1 milhão de euros, cerca de R$ 6,5 milhões na cotação atual, pela veiculação de mensagens ambientais “enganosas” e “omissas” na promoção e venda de produtos da marca, prática conhecida como “greenwashing”, ou “lavagem verde”.

A sanção da Autoridade de Garantia da Concorrência e do Mercado (AGCM) foi anunciada nesta segunda-feira (4) e mira a Infinite Styles Services, empresa responsável pelas lojas digitais da Shein na Europa.

De acordo com a autarquia, a companhia adotou na Itália uma “estratégia de comunicação enganosa quanto às características e ao impacto ambiental de seus produtos de vestuário”. Essa prática incluía a divulgação de “mensagens e alegações vagas, genéricas, excessivamente enfáticas e, em alguns casos, enganosas ou omissas” sobre sustentabilidade.

A AGCM apontou afirmações “falsas ou no mínimo confusas” a respeito de um suposto “sistema circular” da Shein e da reciclabilidade dos produtos, bem como a ênfase no uso de fibras “verdes” em uma coleção específica, mas sem indicar de maneira clara quais seriam os benefícios ambientais desses produtos em todo o ciclo de vida.

Dessa forma, segundo o órgão antitruste, os consumidores poderiam ser levados a acreditar que os produtos da Shein fossem feitos exclusivamente com materiais sustentáveis e recicláveis, uma suposição que “não reflete a realidade”.

Além disso, a AGCM afirmou que a promessa da companhia chinesa de reduzir em 25% as emissões de gases do efeito estufa até 2030 e de zerá-las até 2050 é apresentada de maneira “genérica e vaga, mostrando-se até contraditória com o aumento das emissões nos anos de 2023 e 2024”.

A Shein, por sua vez, garantiu cooperar com a autoridade antitruste e disse que tomou “ações imediatas”, salientando que todas as alegações ambientais agora são divulgadas “de modo claro, específico e em conformidade com as regras”, de acordo com comunicado citado pela agência de notícias AFP.

Na semana passada, a AGCM já havia multado a grife italiana Giorgio Armani em 3,5 milhões de euros (R$ 22,7 milhões) por dar informações “enganosas” a respeito das condições de trabalho na produção de suas peças de couro.

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