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Comunidades Eclesiais de Base italianas condenam excomunhões em Recife

Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da capital italiana afirmaram que a excomunhão dos médicos que realizaram o aborto da garota brasileira de 9 anos que ficou grávida de gêmeos após ser violentada pelo padrasto demonstram, "mais uma vez, o sentido de distanciamento radical entre a 'Igreja do Poder' e os dramas humanos", divulgou a agência de notícias Ansa.

Além da crítica à decisão de d. José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e Recife (PE), de excomungar a mãe da menina e os médicos que participaram da interrupção da gravidez da menina de nove anos, a nota das CEBs de Roma criticam o apoio dado por autoridades do Vaticano a este ato. Diante da ofensa às mulheres, criticada por diversos setores da sociedade brasileira, a começar do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a ratificação do gesto insano por Roma despertou a atenção.

A garota precisou ser submetida ao procedimento porque a gravidez, próxima do quarto mês, colocava sua vida em risco, argumentam as mulheres, cuja celebração de sua data no Brasil vai ser lembrada, em primeiro lugar, pela brutal ofensa simbólica do gesto do bispo à feminilidade. Em segundo lugar, porque o "apoio que o Vaticano deu imediatamente ao bispo brasileiro torna evidente o caráter universal deste distanciamento" em relação aos dramas humanos, enfatizou o documento.

O comunicado enfatiza ainda os direitos da mulher envolvidos no caso. "Na América Latina, como na Europa e em todas as partes do mundo, está se consumando uma destrutiva fratura entre os instrumentos religiosos, que estão cada vez mais encharcados de fundamentalismos, e o mundo feminino", afirmou a nota.

O arcebispo pernambucano reiterou que a mãe da menina e todos os médicos envolvidos em seu aborto estavam excomungados, o que na prática impede que um fiel possa receber os sacramentos da igreja, como a comunhão e o casamento. Arrogante, o religioso manteve que o estupro não figura entre os crimes considerados gravíssimos pela Igreja Católica e informou que as pessoas punidas podem ser perdoadas caso mostrem arrependimento, insensível diante das críticas que recebe do país e do mundo, sem demonstrar sensibilidade e incapaz de qualquer gesto aproximativo.

 

 

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