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Quem são os não vacinados na Itália?

Com quase 90% da população com mais de 12 anos com ao menos uma dose de vacina contra a Covid-19, a Itália ainda luta para fazer com que cerca de cinco milhões de cidadãos iniciem seu ciclo de imunização em meio a uma alta exponencial de novos casos da doença.

Se a “quarta onda” pandêmica apresenta taxas de internação e mortes menores do que as três anteriores, ainda preocupa a velocidade com que a variante Ômicron se espalha e os riscos que o vírus continua a apresentar, majoritariamente, para os não vacinados.

Segundo dados do próprio governo, três quartos das internações são das pessoas que não iniciaram a imunização ou que têm o ciclo incompleto. Além disso, a imensa maioria deles são pessoas com mais de 50 anos e, por isso, a partir do dia 1º de fevereiro, a vacinação será obrigatória para esse público sob pena de pagamento de multas que variam entre 100 euros e 1,5 mil euros.

Mas, quem são os não vacinados italianos? Um estudo feito pelo Departamento de Epidemiologia (DEP) da região de Lazio – onde fica a capital Roma – traçou o perfil em resultados antecipados pelo jornal “La Reppublica”.

A análise levou em consideração todos os moradores com mais de 35 anos, o que equivale a um mundo de 3,5 milhões de pessoas. Os dados observados foram considerados até 22 de dezembro, quando ainda não havia a determinação da obrigação de vacinação para os +50, e que apontavam 10,3% da população do Lazio sem vacinação.

O percentual também ainda está em linha com a média nacional.

Em resumo, o DEP afirmou ao jornal que “o percentual de não vacinados é mais alto entre os estrangeiros, em particular entre aqueles que nasceram em países que tem alta pressão migratória, entre os menos instruídos e residentes nas áreas mais carentes”.

Essa última é caracterizada por pessoas desempregadas, que vivem sozinhas e em áreas de alta densidade populacional em casas não próprias. “A cada 100 habitantes não vacinados com boas condições de renda, há 130 que têm problemas socioeconômicos”, ressalta ainda.

“Entre as pessoas com baixo nível de estudo, há 40% mais de risco de não ser vacinado em relação aos formados no nível superior”, explica a diretora do DEP, Marina Davoli.

Ao jornal, Davoli ainda reforçou que vacinar essas pessoas é uma maneira de “reduzir desigualdades” e “proteger pessoas mais frágeis e vulneráveis, visto os resultados dos nossos estudos”.

A pesquisa do DEP ainda mostrou um perfil semelhante entre as vítimas da Covid-19. Pessoas com menos estudos e com problemas econômicos tiveram mais 25% de chances de se infectar e até 43% mais chances de morrer após 30 dias com a doença.

Obrigatoriedade

A exigência de vacinação para a população com mais de 50 anos e a explosão de casos de doença no país também ajudaram a acelerar a vacinação nesta última semana.

Segundo o relatório publicado pelo Instituto Superior de Saúde (ISS), a procura triplicou na faixa etária da obrigatoriedade – passando de uma média de 39 mil primeiras administrações para 126 mil. Mesmo assim, pouco mais de dois milhões ainda não iniciaram a vacinação.

Dividindo essas faixas etárias, os que têm entre 50 e 59 anos são os que apresentam o maior percentual de pessoas que não iniciaram a imunização, 9,61%. Entre os que têm 60-69 anos é de 7,57%; entre 70-79 anos é de 5,82%; acima de 80 anos é de 3,7%.

Também houve alta de 20% entre os de 5 a 11 anos, que começaram a ser protegidos em 16 de dezembro, e subiu para 83% entre os 12 e 19 anos – a faixa etária que, proporcionalmente, têm menos vacinados.

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