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Bancos italianos deverão lidar com a concorrência dos leilões de títulos da dívida pública do Estado

Os bancos italianos deverão em breve lidar com a concorrência maciça dos leilões de títulos da dívida pública do Estado, que oferecem rendimentos mais altos e uma menor alíquota fiscal do que os títulos vendidos por eles, alertaram analistas financeiros. 

O Deutsche Bank e o Morgan Stanley divulgaram relatórios em que destacaram o impacto da decisão do governo italiano em emitir títulos nos próximos meses para refinanciar dívidas sobre o sistema bancário. 

Segundo os analistas do banco alemão, os leilões podem levar "a um tipo de concorrência com a emissão dos bancos", uma vez que tanto as famílias como os institutos de crédito detêm cotas relevantes da dívida pública nacional. 

De acordo com os últimos dados do Banco da Itália divulgado em 3 de agosto, nos primeiros três meses do ano houve um crescimento tanto da procura por títulos do Estado como por papéis detidos por famílias. 

O aumento no interesse por títulos foi impulsionado pela vontade dos bancos em se refinanciar na primeira parte do ano como forma de cobrir as necessidades de funding e pela queda das costas acionárias. 

Os últimos títulos leiloados do tipo BOT e BTP, apesar de estarem em queda com relação aos valores de início de julho, ainda asseguram ganhos de 2,95% em 12 meses no BOT e 4% em 10 anos no BTP. 

Além de contarem com a valorização dos títulos vendidos em leilões, os analistas ainda alertam que os bancos italianos precisam prever uma queda nos rendimentos dos próprios papéis que negociam até o fim desse ano. 

Segundo dados da Bloomberg, até o fim de 2012, os títulos à venda pelos bancos Intesa Sanpaolo e Unicredit valerão mais de € 100 milhões (R$ 230,4 milhões), sendo que no mesmo período a Itália emitirá quatro vezes mais títulos de sua dívida. 

Os rendimentos financeiros sobre a dívida ainda serão reduzidos por causa da recente reforma financeira aprovada pelo governo italiano que institui um aumento na cobrança de alíquotas sobre os lucros, que vão de 12,5% a 20%, e que não recaem sobre os títulos vendidos diretamente pelo Estado. 

O Morgan Stanley acredita que esta medida pode tornar os papéis bancários menos atraentes e impõe uma mudança na estrutura de financiamento das instituições bancárias e na forma de captar recursos no mercado.

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