A juíza de audiência preliminar do Tribunal de Taranto, Vilma Gilli, indiciou 44 pessoas e três empresas pelo suposto desastre ambiental provocado pela siderúrgica italiana Ilva na cidade.
Entre os acusados, está o ex-governador da região da Púglia Nichi Vendola (2005-2015), que responderá por concussão agravada. Quando estava no cargo, ele teria pressionado Giorgio Assennato (indiciado por favorecimento pessoal), então diretor-geral da Agência Regional de Proteção Ambiental (Arpa), a "suavizar" as posições do órgão sobre as substâncias nocivas produzidas pela siderúrgica.
Desse modo, a Procuradoria alega que Vendola teria permitido que a Ilva continuasse a trabalhar sem reduzir sua emissão de poluentes, como sugeria um documento da Arpa de 21 de junho de 2010. Ainda de acordo com a acusação, o ex-governador ameaçou não renovar o mandato de Assennato, que terminava em fevereiro de 2011.
"Não seria sincero se dissesse, como se costuma fazer nessas circunstâncias, que estou sereno. Sinto como insuportável a ferida que me foi infligida por uma acusação que apaga a verdade histórica dos fatos. Eu fui o primeiro e único a desafiar a onipotência da Ilva", afirmou Vendola.
A empresa é acusada de contaminar o meio ambiente na cidade de Taranto, que abriga sua principal unidade na Itália e o maior complexo siderúrgico de toda a Europa. O processo contra o ex-governador e as outras 43 pessoas indiciadas começa em 20 de outubro.