Notícias

Morte brutal de jovem italiana ofusca votação sobre direito das mulheres na Itália

A Câmara dos Deputados da Itália ratificou um tratado de combate à violência contra as mulheres em uma sessão ofuscada pelo assassinato brutal de uma adolescente que chocou um país ainda marcado por machismo e desigualdade de gênero.

A Convenção de Istambul, um tratado do Conselho da Europa, se destina a reforçar as medidas para proteger as mulheres da violência e teve especial ressonância na Itália, após uma série de terríveis assassinatos e ataques com ácido contra mulheres nos últimos meses.

Antes da abertura da sessão, a presidente da Câmara, Laura Boldrini, pediu um minuto de silêncio em memória de Fabiana Luzzi, uma adolescente cujo assassinato na sexta-feira chocou a Itália.

"Ela foi queimada viva por causa de ciúme aos 16 anos por um menino de 17 anos, o namorado dela. Mais uma vez, a violência está disfarçada de amor. É um horror que não podemos nos acostumar e mostra que o desafio que enfrentamos é cultural", disse Laura.

Milhares de pessoas, incluindo a ministra da Igualdade de Oportunidades, Josefa Idem, compareceram ao funeral de Fabiana em uma pequena cidade no sul da Itália, enquanto ocorria a votação no Parlamento.

Falando no funeral, Josefa disse que o Estado precisa fazer mais para proteger as mulheres depois que dezenas de outros casos de mulheres assassinadas por seus parceiros foram notificados neste ano.

No entanto, os políticos foram criticados por não levar o assunto mais a sério, depois que apenas alguns se voltaram para o debate sobre o tratado na segunda-feira, com os jornais trazendo fotografias da Câmara quase vazia.

O tratado ainda precisa ser ratificado pelo Senado para ter sua aprovação final na Itália, que se juntaria a Turquia, Albânia, Montenegro e Portugal no apoio à convenção, que precisa do apoio de pelo menos 10 países para entrar em vigor.

Se a convenção entrar em vigor, a Itália ainda terá de colocar em prática as disposições do tratado, incluindo medidas de prevenção e reparação da violência, algo que o governo pode ter dificuldade para financiar, uma vez que lida com o aumento do desemprego e a maior recessão da Itália no pós-guerra.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios