O administrador da província de Roma, Giuseppe Pecoraro, vetou a entrada de um grupo de extrema-direita na igreja onde se realiza o funeral de Erich Priebke, o ex-oficial nazista morto na última sexta-feira (11) aos 100 anos. Por conta da confusão, o padre suspendeu a cerimônia, que ocorreu na cidade de Albano, perto da capital italiana, e ainda não está claro se ela será retomada.
Pecoraro tomou essa decisão para evitar que o ritual se transformasse em uma manifestação pública de extremistas. De fato, o comissário da Polícia de Roma havia autorizado apenas uma cerimônia privada, e as pessoas que tentaram entrar na capela não eram amigas e nem parentes de Priebke.
O carro fúnebre que levava o corpo do ex-oficial da SS já havia sido atacado por manifestantes ao chegar em Albano, e partidários e contrários ao alemão entraram em confronto diante da igreja durante o velório. Eles se atacaram com coros e insultos, enquanto centenas de pessoas gritavam "somos todos antifascistas".
O velório foi realizado no Instituto Pio X, pertencente aos Lefebvrianos, que aceitaram receber o corpo do nazista. A cerimônia foi fechada ao público e celebrada em latim. Organizações sociais italianas e até autoridades municipais de Albano, porém, criticaram que o corpo fosse velado na cidade, local de nascimento do judeu Marco Moscati, assassinado por Priebke em 1944.
Após o velório, o corpo pode ser levado a Roma para cremação, segundo informou o prefeito de Albano, Nicola Marini. O advogado do nazista, Paolo Gianchini, por sua vez, declarou que ainda não foi definido o local em que serão depositadas as cinzas de Priebke. "Não decidimos nada ainda sobre sua sepultura. Todas as opções estão abertas. O que faremos é assegurar a dignidade do senhor Priebke, como pessoa", disse.
Desde a morte do nazista são constantes as polêmicas em relação ao local onde seu corpo será sepultado. Muitas cidades, como Roma e Bariloche (na Argentina e onde Priebke viveu após a Segunda Guerra Mundial), negaram a autorização para o funeral. Erich Priebke foi um Hauptsturmführer (capitão) da SS — organização militar ligada ao partido nazista de e a Adolf Hitler — durante a Segunda Guerra Mundial.
