A decisão sobre a prisão domiciliar do capitão do cruzeiro naufragado Costa Concordia, Francesco Schettino, foi adiada devido à abstenção do Tribunal de Florença, que deve avaliar o recurso apresentado pela Promotoria de Grosseto e anunciar que emitirá uma decisão até 9 de fevereiro. A decisão dos juízes foi divulgada pelo advogado Bruno Leporatti, um dos defensores de Schettino, em declarações divulgadas pela imprensa italiana.
O capitão do Costa Concordia é acusado, entre outros delitos, de homicídio culposo múltiplo e abandono da embarcação, pelo naufrágio do cruzeiro.
A juíza de instrução italiana Valeria Montesarchio ordenou em 17 de janeiro a prisão domiciliar de Schettino, rejeitando a solicitação de prisão cautelar apresentada pelos promotores responsáveis pelo caso.
Quatro dias depois, a Promotoria de Grosseto recorreu da decisão da magistrada, já que considerou que existe risco de fuga e manipulação das provas pelo capitão. No entanto, a defesa de Schettino pediu a anulação da prisão domiciliar e sua libertação.
Naufrágio do Costa Concordia
O cruzeiro Costa Concordia naufragou na sexta-feira, dia 13 de janeiro, após colidir em uma rocha nas proximidades da ilha de Giglio, na costa italiana da Toscana. Mais de 4,2 mil pessoas estavam a bordo. Até sábado, dia 28, 17 mortes haviam sido confirmadas.
Ainda há desaparecidos, e prosseguem os trabalhos de busca, mas apenas na parte da embarcação que não está submersa. O Itamaraty informou que 57 brasileiros estavam a bordo do navio, mas nenhum deles está entre as pessoas não encontradas.
O navio, que tem 290 metros de comprimento e 114,5 mil toneladas, margeava a ilha de Giglio quando houve a colisão. Houve pânico e reclamações de despreparo da tripulação. O comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, foi acusado de ter abandonado o navio. Ele disse que estava no comando, mas um áudio divulgado para a imprensa, em que há uma discussão entre ele e a Guarda Costeira, indica que o capitão já estava na costa no momento do resgate.