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Líder de assembleia regional na Itália é preso por elo com máfia

Em meio a uma grave crise sanitária, a região da Calábria, no sul da Itália, sofreu um terremoto político com a prisão do presidente de sua Assembleia Legislativa, Domenico Tallini, por suspeita de ligação com um clã da máfia ‘ndrangheta.

Tallini, 68 anos, pertence ao partido conservador Força Itália (FI), do ex-premiê Silvio Berlusconi, e foi colocado preventivamente em regime de detenção domiciliar, no âmbito de um inquérito que apura uma suposta associação mafiosa para fins eleitorais.

Segundo a acusação, o político ajudou o clã Grande Aracri na constituição de uma empresa sediada em Catanzaro, capital da Calábria, para venda de produtos médicos no atacado. De acordo com a investigação da Arma dos Carabineiros, a ‘ndrangheta teria retribuído o favor com seu apoio a Tallini nas eleições regionais de novembro de 2014.

A contribuição do político teria sido decisiva para acelerar os trâmites burocráticos para a empresa começar a operar. Outras 19 pessoas também foram alvos de mandados de prisão preventiva.

De origem calabresa, a ‘ndrangheta é uma das máfias mais poderosas da Itália e possui ramificações no mundo todo, incluindo no Brasil, onde opera em parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A Calábria é uma das regiões mais carentes do país e já vive uma situação delicada devido à crise em seu sistema sanitário, agravada pela pandemia do novo coronavírus.

A Secretaria de Saúde da região está sob intervenção do governo italiano há 11 anos, mas, desde 7 de novembro, três comissários nomeados por Roma deixaram o cargo.

O primeiro, Saverio Cotticelli, renunciou após ter dito a uma TV que não sabia que cabia a ele preparar um plano regional contra a pandemia. O segundo, Giuseppe Zuccatelli, se demitiu depois da divulgação de um vídeo no qual afirma que as máscaras de proteção “não servem para merda nenhuma”.

Já o terceiro, Eugenio Gaudio, ficou menos de 24 horas na função e desistiu porque sua esposa não quis se mudar para Catanzaro. O cargo agora está vago, mas o governo italiano fechou um convênio para a ONG Emergency, que costuma atender vítimas de guerra e da pobreza, administrar hospitais de campanha na região.

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