
Os líderes dos 27 países-membros da União Europeia deram sinal verde para o acordo de livre comércio com o Mercosul e abriram caminho para que o tratado seja assinado ainda neste ano.
“Nós votamos, e agora o acordo com o Mercosul pode ser iniciado. Os chefes de Estado e de governo autorizaram os representantes permanentes [dos países na UE] a firmar a versão definitiva em 19 de dezembro”, disse o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, após uma reunião do Conselho Europeu em Bruxelas,
“O Parlamento Europeu ainda precisa ratificar o acordo, mas acredito que isso se dará em prazo muito curto, de modo que, paralelamente à cúpula que se terá no fim do ano na América do Sul, poderemos enviar aos países sul-americanos um sinal claro: o acordo com o Mercosul poderá entrar em vigor”, acrescentou.
Já o presidente da França, Emmanuel Macron, que vinha liderando a principal frente de resistência contra o pacto de livre comércio, afirmou que as medidas propostas pela Comissão Europeia para proteger agricultores “vão na direção certa”.
No início de outubro, o Executivo da UE apresentou formalmente um mecanismo de salvaguarda para proteger o agro europeu contra flutuações excessivas nos preços e nas importações de produtos sul-americanos após a entrada em vigor do acordo.
Bruxelas vai monitorar o comércio de mercadorias agropecuárias do Mercosul tidas como “sensíveis”, incluindo carne bovina e de frango, arroz, mel, ovos, etanol e açúcar, e divulgará a cada seis meses um relatório sobre o andamento dos mercados na UE.
Se as importações aumentarem pelo menos 10% em relação ao ano anterior, ou se os preços forem pelo menos 10% menores na comparação com equivalentes europeus, a Comissão Europeia abrirá uma investigação que poderá levar à suspensão temporária das tarifas reduzidas.
No Brasil, a expectativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que o acordo seja assinado pelos dois lados em dezembro, ainda durante a presidência pro tempore do país no Mercosul.



