Enrico Manca, ex-presidente da emissora estatal italiana RAI, faleceu ontem à noite por complicações decorrentes de uma longa doença aos 79 anos.
Nascido em 27 de novembro de 1931, ele deu início a um rádio jornal na RAI, foi chefe de redação do Telejornal da emissora, diretor de serviços culturais da empresa, e militou no Partido Socialista Italiano (PSI), do qual foi vice-presidente no fim da década de 1970 e pelo qual foi deputado entre 1972 e 1994.
Ele chegou a exercer o cargo de ministro do Comércio com o Exterior no segundo governo de Francesco Cossiga e no primeiro de Arnaldo Forlani, e esteve à frente da RAI entre 1986 e 1992. Seu nome também constava da lista de maçons da Loja 2.
Atualmente ele era presidente do Instituto para o Estudo de Inovações – Mídia, Economia Sociedade Instituição (Isimm) e da Fundação Bordoni.
Autoridades italianas se pronunciaram sobre a morte de Manca, entre elas o ministro do Trabalho e Políticas Sociais, Maurizio Sacconi, que se referiu ao falecido como "um dos protagonistas fundamentais da experiência política do PSI".
"Ele compreendeu muitas outras potencialidades da tecnologia da comunicação que ainda hoje na Itália são muito inexpressivas", acrescentou.
O secretário nacional do PSI, Riccardo Nencini, expressou seu pesar e comentou que "Manca soube interpretar e governar a mudança como poucos – tanto como político, como jornalista, estando na vanguarda do cenário radiotelevisivo europeu e mundial".
Já o secretário-geral da central sindical União Italiana do Trabalho (UIL), Luigi Angeletti, recordou que Manca "modernizou o sistema da informação do nosso país" e foi um "socialista e reformista autêntico que sempre acompanhou atentamente o mundo trabalhista".
As manifestações de condolências também vieram de políticos de direita, como o chefe do partido governista Povo da Liberdade (PDL), Fabrizio Cicchitto, que o elogiou por sua "inteligência sutil" e "capacidade analítica", além de ter sido "um homem de diálogo" tanto com os partidos da Democracia Cristã (DC), como com o Partido Comunista Italiano (PCI).
Para o atual presidente da RAI, Paolo Garimberti, Manca foi "um dos protagonistas da história" da emissora que, "depois de tantos anos de monopólio, sob seu comando teve que enfrentar uma concorrência feroz".
"Um desafio que a RAI aceitou e vence com a qualidade contra uma concorrência que aponta para os espetáculos televisivos comerciais", emendou.