O líder da Cosa Nostra, Matteo Messina Denaro, preso na última segunda-feira (16) após quase 30 anos foragido, optou por não participar de uma audiência de apelação de um processo sobre os atentados que mataram os juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino.
Preso na penitenciária de segurança máxima de L’Aquila, Messina Denaro poderia participar do julgamento, realizado em um tribunal-bunker de Caltanissetta, na Sicília, por videoconferência, mas renunciou a estar presente.
Segundo fontes informadas, sua recusa se deve à primeira sessão de quimioterapia na cadeia, uma vez que ele está em tratamento contra um tumor no cólon.
Em outubro de 2020, o mafioso foi condenado em primeira instância à prisão perpétua como mandante dos dois atentados, ocorridos em 1992 e que se tornaram um marco na luta contra a máfia na Itália.
Uma nova audiência do processo de apelação foi marcada para 9 de março, para permitir que a nova advogada de confiança de Messina Denaro, sua sobrinha Lorenza Guttadauro, possa estar presente.
“Todos esperamos que ele colabore, mas ninguém pode saber”, disse o procurador-geral de Caltanissetta, Antonino Patti, ao fim do julgamento. De acordo com a acusação, Messina Denaro foi um dos responsáveis por iniciar a “era dos massacres” na Cosa Nostra, com atentados nas principais cidades do país, incluindo aqueles que mataram Falcone e Borsellino.
