Mario Chiesa, o ex-político socialista italiano cuja prisão por corrupção em 1992 marcou o começo da chamada Operação Mãos Limpas, foi novamente preso, suspeito de participar em um tráfico vinculado com o tratamento de resíduos.
Segundo a investigação levada a cabo pelos Carabineiros da Unidade de Proteção Ambiental de Treviso (nordeste da Itália), Chiesa criou um sistema ilegal pelo qual atribuía a uma empresa, que controlava indiretamente, os contratos para o tratamento dos terrenos de resíduos, que de fato nunca se realizava.
Sete outras pessoas foram detidas junto a Chiesa: todas trabalhavam para a empresa Solarese, à qual eram entregues os contratos mediante licitações manipuladas por outra empresa, a SEM, que estava em nome da esposa de Chiesa e empregava vários de seus familiares.
Em 17 de fevereiro de 1992, Chiesa – que então era dirigente socialista e presidente de um orfanato em Milão, foi detido em flagrante, enquanto cobrava uma comissão ilegal para conseguir o contrato de limpeza do instituto.
A sua prisão marcou o início das investigações anticorrupção da Procuradoria de Milão, que ficaram conhecidas como Operação Mãos Limpas e que levaram ao desaparecimento de todos os partidos políticos que constituíram as maiorias de governo desde o pós-guerra.