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UNIÃO EUROPEIA: Parlamento grego aprova Lei de Austeridade

O Parlamento grego aprovou leis detalhadas para a implementação de um plano de austeridade e privatizações, em um voto crucial para garantir fundos de emergência e evitar uma falência iminente, mas riscos de longo prazo permanecem.

O primeiro-ministro George Papandreou garantiu a aprovação após parlamentares apoiarem um plano de austeridade de 28 bilhões de euros com duração de cinco anos na quarta-feira, eliminando o último obstáculo para o próximo pacote de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O ministro das Finanças da Bélgica, Didier Reynders, disse que os ministros de Finanças da zona do euro estão propensos a apoiar uma nova parcela de empréstimos para a Grécia em um encontro no domingo. O FMI deve seguir o exemplo em 5 de julho.

O empréstimo de 12 bilhões de dólares pode evitar um default na Grécia em meados de julho ou, no máximo, em 20 de agosto, quando o país precisa honrar um resgate grande de títulos, e mudar o foco para um segundo pacote de assistência, que deve ter o mesmo tamanho do resgate do ano passado de 110 bilhões de euros.

Mas os mercados ainda estão precificando a probabilidade de 80 por cento de que a Grécia não pague a dívida de 340 bilhões de euros —150 por cento da produção econômica anual— dentro de cinco anos.

Em Berlim, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disse ter chegado a um acordo com bancos alemães e espera outra decisão na zona do euro no domingo sobre os participação do setor privado em um novo programa de assistência, baseado em um plano francês para a rolagem voluntária da dívida.

Instituições alemãs devem contibuir com 3,2 bilhões de euros nesse modelo. Os bancos e seguradoras franceses são os mais expostos entre os detentores estrangeiros de bônus gregos.

O governo socialista de Papandreou pode ter dificuldades em impor aumentos de impostos e venda de bens do Estado diante da forte resistência pública.

NEGOCIAÇÕES SOBRE ROLAGEM

Países credores do norte da Europa, liderados pela Alemanha, estão insistinto que detentores de bônus do setor privado precisam dividir o custo de qualquer resgate adicional. Assim, intensas negociações estão ocorrendo sobre uma rolagem "voluntária" da dívida da Grécia.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, que alertou repetidamente a União Europeia contra um evento que levasse à redução do rating de dívida da Grécia para "default", emitiu uma nota sobre a proposta da França.

"Neste momento ainda não (temos) uma posição… estamos muito alertas, mas não posso dar a vocês um julgamento preciso sobre o que está acontecendo. Há sérias possibilidades sendo examinadas", disse. "Não recomendamos qualquer ideia que não tenha sido puramente voluntária."

Os bancos haviam recebido sinais positivos de agências de classificação de risco de que elas não chamariam os planos de rolagem de "default", disseram as fontes.

Mas autoridades alertaram que muitos detalhes do plano, incluindo a existência ou não de uma garantia oficial, ainda não foram negociados.

Muitos investidores e economistas ainda esperam que a Grécia não pague a dívida no médio prazo, e uma influente autoridade internacional sugeriu nesta quinta-feira que isso pode ser melhor para Atenas.

(Reportagem adicional por Dina Kyriakidou, George Georgiopoulos, Daniel Flynn e Harry Papachristou em Atenas, Paul Carrel e Philipp Halstrick em Frankfurt, Douwe Miedema, Steven Slater, Kirsten Donovan e Dominic Lau em Londres, e Leigh Tmomas em Paris)

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