Notícias

“Memorial dos Desaparecidos” será inaugurado em 30 de agosto em Cosenza, no sul da Itália

Um "Memorial dos Desaparecidos", em homenagem a dois argentinos e um uruguaio mortos pela ditadura argentina (1976-1983), será inaugurado em 30 de agosto em San Basile, um povoado da província de Cosenza, no sul da Itália.

Na cerimônia serão plantadas três árvores de araucária em memória de Andrés Humberto Bellizzi, nascido em Montevidéu em 21 de abril de 1952, e dos irmãos Hugo Alberto Scutari Bellizzi, nascido em Buenos Aires em 7 de novembro de 1949, e Francisco Genaro Scutari Bellizzi, nascido em Buenos Aires em 30 de julho de 1948.

Os pais dos três jovens desaparecidos são de San Basile, uma cidade da região da Calábria.

"A ideia desta homenagem nasceu de uma pesquisa histórica que realizamos e que levou à criação de um centro para imigrantes, que tem contatos com nossos cidadãos no exterior", disse o prefeito de San Basile, Vincenzo Tamburi. "Durante a investigação, descobrimos a história dos três jovens e decidimos dedicar a eles um memorial como um testemunho histórico e também para apresentar aos mais jovens algumas páginas do nosso passado que nem sempre são lembradas", acrescentou.

O jovem uruguaio era estudante de medicina e desapareceu em 19 de abril de 1977 em Buenos Aires. Ele foi visto pela última vez no campo de concentração conhecido como "Club Atlético" na capital argentina.

Hugo militava na Juventude Universitária Peronista (JUP) e desapareceu em 5 de agosto de 1977. Foi sequestrado e mantido neste mesmo centro clandestino junto com sua companheira, Delia Barrera, que sobreviveu.

Seu irmão Francisco, também militante da JUP, desapareceu em 18 de outubro de 1978 e o último registro de seu paradeiro foi o centro clandestino do "Olimpo", também em Buenos Aires.

Na homenagem calabresa estarão presentes familiares das vítimas que vivem em Buenos Aires, mas também tios e primos que vivem em San Basile, além de representantes diplomáticos de Argentina e Uruguai.

Os centros de sequestro, tortura e extermínio conhecidos como "Club Atlético", "Banco" e "Olimpo" (ABO) foram operados pela mesma "força tarefa" das forças da ditadura cívico-militar na Argentina.

Alguns dos membros desta estrutura do terror foram a julgamento este ano em Buenos Aires. O julgamento denominado "ABO bis" é a segunda etapa de uma primeira parte do julgamento oral que terminou em dezembro de 2010 com a condenação de 16 réus, e penas que variaram de 25 anos de prisão à prisão perpétua. O próprio Tribunal Federal Oral é o responsável pela segunda etapa do processo para as mesmas 181 vítimas, mas há dois novos acusados. 

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios