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Itália pede a criação de “superministro” europeu de Finanças

O governo italiano divulgou um position paper sobre a política econômica da Europa e aprovou a ideia de ter um "superministro" das Finanças para gerenciar as verbas da União Europeia.

Além disso, a Itália propôs a transformação do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM) em um "Fundo Monetário Europeu", aproveitando ao máximo os benefícios do mecanismo e mantendo, ao mesmo tempo, todas as funções de proteção do órgão.

Chamado de "Proposta Estratégica da Itália para o futuro da União Europeia: crescimento, trabalho e estabilidade", o conjunto de ideias foi apresentado pelo governo de Matteo Renzi considerar "insuficiente" apenas ter o Banco Central Europeu (BCE) para impulsionar a retomada econômica no bloco.

De acordo com os italianos, a Europa precisa de "mais convergência" interna e de uma "aceleração sobre as reformas estruturais para atender suas demandas". No relatório, o Executivo italiano pede ainda um reforço na integração monetária e financeira de todos os 28 Estados-membros como uma das maneiras de "acertar o passo" na questão do "crescimento e do emprego".

Para o governo, essas mudanças são fundamentais para mostrar aos europeus, perante à onda populista que cresce em alguns países, que o bloco "é a solução e não o problema" para os cidadãos.

A Itália é uma das nações que mais pedem uma mudança no rumo da União Europeia na questão econômica, deixando de lado as políticas de austeridade – muito defendidas pelos alemães – e seguindo um caminho que incentive à geração de emprego e o crescimento das economias do bloco.

No documento divulgado hoje, esse pedido fica evidente, ao ressaltar que o "excesso de superávit primário nas contas públicas é tão prejudicial quanto o excesso de déficit".

– Imigração:
O documento ainda cita a posição oficial do governo italiano sobre a crise imigratória que atinge o continente europeu.

Para a Itália, as fronteiras europeias devem ser geridas de maneira comum e, para tal fim, é preciso encontrar mais tipos de recursos, justificando também o uso "de mecanismos de mutualidade que poderão incluir ainda a emissão de obrigações comunitárias".

Já na questão sobre o Tratado de Schengen, a Itália ressalta que ele "é um dos mais importantes resultados" no processo de integração europeia e "deve ser preservado e reforçado".

O acordo, que permite a livre circulação de pessoas pelos países-membros do bloco, está sob ameaça por causa do grande fluxo imigratório que continua chegando à Europa. Alguns países, em especial os do leste europeu, pedem que a permissão de livre circulação seja revogada para "garantir a segurança" de seus territórios.

Os primeiros passos para essa decisão inédita na história da União Europeia já foram dados, com um alerta formal para a Grécia – a principal porta de entrada dos imigrantes – para que o país reforce seus controles nas fronteiras externas. Se em três meses os gregos não arrumarem a situação, o artigo 26 (que obriga os postos de fronteira a identificar todos os estrangeiros, pertencentes à países membros do bloco ou não) poderá ser colocado em vigor por dois anos.

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