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“Museu Enzo Ferrari” abrirá suas portas na cidade de Modena, no próximo mês de dezembro

A casa de infância de Enzo Ferrari, fundador da lendária escuderia italiana de Fórmula 1, abrirá suas portas como museu em dezembro, na esperança de atrair para Modena (norte da Itália) uns 200 mil visitantes por ano. Quando Ferrari era criança, seus biógrafos contam que ele passava horas debaixo do carro de seu pai – um dos primeiros em Modena – tentando descobrir como funcionava. Foi assim que nasceu sua insaciável curiosidade pela mecânica.

Agora a casa onde o Enzo Ferrari de sete anos investigava o interior do veículo será um museu dedicado à sua lenda. O edifício, perto de uma estação ferroviária local, ainda conserva restos da antiga fundição, mas será transformado em um espaço de exposição permanente sobre a vida do construtor de carros de corrida.

"Esperamos que se torne um templo do sonho Ferrari ao longo dos anos", comentou Adriana Zini, diretora da Fundação Ferrari.

"Será um museu dinâmico, com exposições de automóveis que mudarão a cada quatro ou seis meses", acrescentou.

O museu abrirá em dezembro e a primeira mostra será sobre os confrontos titânicos da Ferrari com seus adversários em pista, a começar pelas glamourosas Maserati.

"Esperamos receber em Modena 200 mil visitantes por ano", explicou Zini, precisando que o museu foi concebido com base em um projeto do arquiteto Jan Kaplicky, falecido em 2009.

Repleto de lembranças do construtor, o logotipo do museu – um estilizado Ferrari na cor púrpura – remete a uma das extravagâncias típicas de "don Enzo": escrevia tudo em tinha vermelha, incluindo os contratos de seus pilotos.

O projeto, que recebeu sua primeira pedra há dois anos, está a cargo do escritório de arquitetura Future Systems of London, com um investimento de € 15 milhões.

A inovadora empresa londrina está cobrindo a casa com uma espécie de envoltório amarelo brilhante que recorda um capacete de piloto "vintage", na esperança de que se torne um ícone local. Além disso, o museu será associado a outros projetos da área para converter a região em um "Motor Valley". A propósito, na sede da escuderia de Maranello, perto de Modena, já existe um museu dedicado a Ferrari.

O novo espaço expositivo incluirá carros, motores, máquinas, documentos, vídeos e artigos de todo tipo sobre a vida diária da família Ferrari, retratando a vida de Enzo (1898-1988) desde a infância, até sua carreira como piloto de carros de corrida e o nascimento da escuderia que leva seu nome.

Em 1908, quando Enzo tinha 10 anos, seu pai Alfredo o levou para assistir a uma corrida de carros em Bolonha, onde viu os lendários Vincenzo Lancia e Felice Nazarro disputarem a vitória no circuito local.

Depois desta e de muitas outras corridas, Enzo decidiu que queria ser piloto e começou em 1919, ficando ao volante de um Alfa Romeo por muitos anos. Apesar de não conseguir ser um grande campeão, em 1929 se aventurou na fabricação de carros de corrida com a Escuderia Ferrari, conquistando oito vitórias em seu primeiro ano de atividades.

Com o tempo, Enzo Ferrari se confirmou como um dos fabricantes de automóveis mais bem sucedidos da história. Famosos pelo seu design, sua velocidade e qualidade, os carros da montadora se tornaram lendários.

Seu famoso logo do cavallino rampante foi inspirado no emblema do aviador italiano Francesco Baracca, que morreu na Primeira Guerra Mundial. Seus pais o deram a Ferrari em 1923 e seis anos mais tarde o desenho passou a ser identificado com os famosos carros.

Ao mesmo tempo, a vida de Enzo Ferrari foi moldada a partir de anos de trabalho duro e de uma tragédia pessoal, a morte de seu filho Dino aos 24 anos, por distrofia muscular.

Enzo Ferrari morreu em 1988 aos 90 anos, uma década antes de sua equipe embarcar no mais longo período de domínio da história nas pistas de Fórmula 1.

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