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Ministério Público de Nápoles investiga negócios supostamente ilegais da “Finmeccanica”

Panamá e Brasil, além de Rússia e países do sudeste asiático, são o centro das investigações do Ministério Público de Nápoles por um esquema de subornos que o grupo Finmeccanica organizou para fechar contratos milionários.

Entre os casos de corrupção internacional investigados está um suborno de € 18 milhões que teria sido prometido ao presidente do Panamá Ricardo Martinelli, e a "outros expoentes políticos e do governo que logo serão identificados".

A acusação está na ordem de prisão preventiva executada contra Paolo Pozzessere, ex-gerente comercial da Finmeccanica, grupo industrial especializado na indústria aeroespacial e de defesa.

Pouco depois da divulgação dessas acusações, Finmeccanica disse em um comunicado que "nem o grupo, nem as empresas a ela vinculadas" pagaram ao governo do Panamá "por intermediações" nos contratos assinados em 2010 pelas empresas Selex Sistemi Integrati, Telespazio Argentina e AgustaWestland".

Por sua vez, Pozzessere acusou Esteban Caselli, ex-diplomata argentino e eleito como parlamentar italiano pela circunscrição da América do Sul, que pedira uma "comissão" à Finmeccanica pela venda de um helicóptero para o Ministério do Interior de Roma, uma operação que acabou não se realizando. Em suas declarações aos promotores, o empresário da Finmeccanica também se referiu a Caselli por outra transação, a venda de aviões e helicópteros para o governo indonésio.

Entre os investigados está também o ex-ministro Claudio Scajola, um dos homens mais próximos do ex-premier italiano Silvio Berlusconi, acusado por negócios da Finmeccanica no Brasil. Scajola era considerado um canal privilegiado com o Ministério da Defesa do Brasil, que permitiu ao empresário Paolo Graziano fechar negócios com o país, denunciou o ex-diretor de comunicações da gigante Finmeccanica em declarações ao MP.

Pozzessere foi preso por ordem do juiz de investigações preliminares de Nápoles, Dario Gallo, a pedido dos promotores Vincenzo Piscitelli e Henry John Woodcock.

A investigação se refere especificamente à venda de helicópteros e armamento ao Panamá, observou o MP. A operação, cujo montante total era de aproximadamente € 180 milhões, contemplava a venda a esse país de um sistema de vigilância costeira, mapeamento do território e seis helicópteros Agusta Westland.

O negócio deveria se concretizar no âmbito do acordo intergovernamental de segurança Itália-Panamá assinado em 30 de junho de 2010, quando o governo italiano estava sob o comando de Berlusconi.

O Ministério Público também pediu a prisão preventiva de outro mediador italiano, Valter Lavitola, investigado com Pozzessere. O juiz não aceitou essa instância porque Lavitola já está detido em uma prisão de Nápoles desde que retornou à Itália procedente da América Latina, região onde permaneceu por vários meses, entre Panamá, Argentina e Brasil. Lavitola foi acusado de corrupção internacional justamente com base nas investigações efetuadas pela Itália no Panamá.

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