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Silvio Berlusconi sugere reforma constitucional para “fortalecer” a democracia italiana

O premier da Itália, Silvio Berlusconi, disse na Bulgária que é a favor de uma reforma constitucional que faça com que a democracia não seja sujeita a nenhum "poder de ordem que não tenha legitimação eleitoral".

Berlusconi falou aos jornalistas em Sófia, onde se encontra desde ontem a convite do premier búlgaro, Boyko Borissov, no 130º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países.

 

"Sou a favor de uma reforma constitucional que pegue o touro pelo corno e que faça de nosso país uma democracia verdadeira, não sujeita ao poder de ordem que não tenha legitimação eleitoral", afirmou.

As declarações são dadas nove dias depois da queda do Laudo Alfano, lei que garantia imunidade penal aos quatro cargos mais altos do governo italiano (inclusive o de primeiro-ministro) e que foi derrubada pela Corte Constitucional no dia 7 deste mês.

"No momento em que foi abolida a imunidade dos parlamentares, são os juízes e não os cidadãos a decidir quem pode ou não continuar no cargo e quem pode ou não governar o país. Acredito que isso não faça parte de uma verdadeira democracia e estou fortemente disposto a mudar as coisas na Itália", continuou o premier.

O Laudo Alfano havia sido aprovado no Parlamento no ano passado, mas foi considerado inconstitucional pela Corte.

"Acredito que neste ponto valha a pena rever a Constituição por meio de uma lei constitucional. Se tivermos número para fazê-lo no Parlamento, faremos no Parlamento e assim será mais veloz. Se não tivermos número no Parlamento, recorreremos aos eleitores", prometeu o premier.

Com a queda do Laudo Alfano, Berlusconi voltará a responder aos processos judiciais nos quais é citado. A decisão gerou especulações de que isso o faria deixar o poder, o que sempre foi negado por ele.

Berlusconi classificou a decisão sobre a lei de inaceitável, dizendo que, com ela, "a Corte praticamente disse aos procuradores comunistas de Milão: reabram a caça ao presidente do Conselho [de Ministros]".

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