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Não há relação entre terrorismo e imigração, diz primeiro-ministro italiano Matteo Renzi na ONU

O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou que não há nenhuma conexão entre a crise imigratória e os crescentes ataques terroristas na Europa.   

"Estabelecer uma conexão entre segurança e imigração, no momento, não é ver a realidade dos fatos. Os terroristas que chegaram à Europa não viajaram em botes, mas em voos confortáveis. Aqueles do 11 de setembro, viajavam na classe executiva", disse o premier italiano na reunião de Alto Nível sobre os Grandes Movimentos de Refugiados e Migrantes na sede das Nações Unidas.   

Assim como ocorreu na semana passada, quando criticou o discurso da União Europeia sobre a crise imigratória após reunião em Bratislava, Renzi voltou a afirmar que a Itália está pronta para "agir sozinha" se as medidas não saírem do papel. Uma das principais portas de entrada para os imigrantes ilegais, o país da bota lida com um grande fluxo de estrangeiros chegando pelo Mar Mediterrâneo nos últimos quatro anos.   

"Se a Europa continuar assim, nós devemos nos organizar de maneira autônoma sobre a imigração. Esse é o único elemento novo de Bratislava, onde foram dadas muitas palavras, mas não conseguimos dizer uma palavra clara sobre o tema africano", disse o premier referindo-se ao alto fluxo de africanos que chegam à Itália.   

Diferentemente da Grécia, que recebe milhares de pessoas que fogem das guerras na Síria, Iraque e Afeganistão, as autoridades italianas recebem imigrantes, especialmente, da Eritreia, Nigéria e Gâmbia – palcos de intensos conflitos regionais.   

Referindo-se ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o líder do governo italiano afirmou que ele "diz tantas coisas bonitas, mas nós não vemos os fatos". "Esse é um problema da Europa, mas a Itália está preparada para fazer sozinha.   

Porém, esse é um problema europeu", acrescentou.   

Segundo Renzi, seu governo dará "prioridade" às negociações com as nações africanas e tentará frear a imigração dessa maneira.   

"Eu falei tudo às claras, sem dar indiretas porque, caso contrário, as reuniões são apenas encenações. E sei que represento a Itália, um dos países que mais dá dinheiro à UE, e tenho o dever – não o direito, o dever – de defender os interesses nacionais. Eu acredito que a Europa é a maior jogada da história das instituições. Mas acreditar na Europa não significa ignorar o interesse nacional", disse ainda.   

– Bombas em Nova York: O premier italiano ainda falou sobre as bombas que foram deixadas em pontos de Nova York e em Nova Jersey desde o último sábado (17). Renzi ressaltou que esse é momento de "máxima atenção".   

"Estamos aqui destacar com grande força a luta contra o terrorismo global. E é ainda cedo para fazer análises do que acontece em Nova York, mas há, da parte de todos, a máxima atenção e a tentativa de fazer qualquer esforço para a prevenção e para qualquer coisa que possa erradicar essa cultura de morte", destacou o primeiro-ministro. (Ansa)

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