A Itália precisa aprovar rapidamente as reformas trabalhistas para convencer seus credores sobre seu esforço em melhorar o desempenho econômico e endireitar as finanças públicas, disse o primeiro-ministro Mario Monti num alerta aos políticos.
Depois de tomar posse no ano passado com a tarefa de conduzir um gabinete tecnocrata que tirasse a Itália da beira de um abismo financeiro, Monti aprovou rapidamente medidas para cortar gastos e elevar a arrecadação governamental.
Mas sindicatos e partidos de centro-esquerda estão relutantes em aceitar novas reformas, já que a pressão do mercado financeiro sobre o país diminuiu, e o foco da crise europeia se transferiu para a Espanha.
Analistas e investidores, no entanto, continuam considerando que a reforma trabalhista, facilitando os trâmites para a demissão de funcionários, é crucial para a modernização da economia italiana.
Em entrevista ao jornal La Stampa, Monti disse que a reforma trabalhista será apresentada ao Parlamento basicamente na mesma forma como foi aprovada no mês passado pelo gabinete.
"Para o impacto geral da reforma, não é só o conteúdo que é importante, mas também a velocidade com que o Parlamento realiza o exame necessário", afirmou ele, pedindo pressa aos partidos aliados PDL (centro-direita) e PD (centro-esquerda).
O apelo estava dirigido especialmente ao líder do PD, Pier Luigi Bersani, que se opõe a partes importantes da reforma, junto com a CGIL, principal central sindical do país, tradicional aliada da esquerda.
"Consideramos que o tempo para consultas a parceiros sociais terminou, sabemos que cada partido tem seu interior em termos de parceiros e cultura, mas acho que cada líder terá de usar sua capacidade de liderança", afirmou.
A GCIL promete uma mobilização de trabalhadores contra as reformas, incluindo um dia de greve geral.
