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Primeiro-ministro italiano Matteo Renzi diz que naufrágios são “crise humanitária”

O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou que a Europa vive "uma crise humanitária" com os naufrágios de imigrantes no Mar Mediterrâneo. "O que acontece no Mediterrâneo neste momento é muito mais que naufrágio. Estamos diante de uma grave crise humanitária que deve ser enfrentada como tal", afirmou o premier.

No fim de semana, uma embarcação com cerca de 900 passageiros afundou no Canal da Sicília. Com um número de mortes estimado em 700, o acidente pode se tornar o pior da história do Mar Mediterrâneo desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Mais uma embarcação com 300 imigrantes afundou entre a Itália e a Líbia. Ainda não se sabe o número exato de vítimas. Pela manhã, outro barco que tinha partido da Turquia sofreu um acidente na costa grega, matando ao menos três pessoas.

"Há 20 anos, fechamos os olhos a Srebrenica. Hoje não podemos mais fechar os olhos novamente nem lembrar dos acontecimentos apenas em datas celebrativas", criticou Renzi, referindo-se ao massacre de oito mil bósnios muçulmanos.

"Devemos evitar que as pessoas sejam escravizadas. Temos uma responsabilidade na história", afirmou o Renzi, destacando que os traficantes de imigrantes e coiotes são considerados os "senhores de escravos" de antigamente.

A Itália, cuja ilha de Lampedusa é uma das principais portas de entrada para a Europa, mantém operações de resgate em alto-mar, mas não é o suficiente para conter os acidentes. De acordo com as autoridades italianas, uma das soluções seria evitar que os navios partissem dos portos africanos, principalmente da Líbia, que enfrenta uma crise política.

Por sua vez, a chanceler alemã, Angela Merkel, garantiu que a Itália "não está sozinha" para no problema da imigração. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, também reconheceu que o bloco tem agido de maneira insuficiente para conter novas tragédias. "A UE não pode continuar enviando condolências um dia após uma tragédia. Nós todos devemos nos questionar se fizemos o bastante para salvar a vida desses imigrantes", criticou.

Já a França admitiu que faltou "vigilância" no Mar Mediterrâneo. "Sobre esta tragédia, a França não esteve à altura da situação", comentou o porta-voz do governo, Stephane Le Foll. "Há uma tomada de consciência coletiva, não podemos deixar a Itália sozinha diante deste problema", acrescentou.

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