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Cineasta italiano Paolo Sorrentino fará filme sobre Silvio Berlusconi

Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2014, o cineasta italiano Paolo Sorrentino fará um longa sobre o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

A notícia foi dada em primeira mão pela revista norte-americana "Variety", que cita uma "fonte confiável". De acordo com a publicação, a produção se chamará "Loro", palavra que significa "eles" em italiano, mas também faz trocadilho com "L'oro", ou "O ouro".

Sorrentino já estaria trabalhando no roteiro, para começar a gravar no verão boreal de 2017. No momento, o cineasta participa do Festival de Veneza de 2016, onde acaba de apresentar a série "The Young Pope" ("O Jovem Papa"), estrelada por Jude Law.

Se o projeto sair do papel, não será o primeiro do diretor sobre um ex-premier da Itália. Em 2008, ele lançou "Il Divo" ("O Divo"), sobre a vida de Giulio Andreotti, que governou o país em três períodos: de fevereiro de 1972 a julho de 1973, de julho de 1976 a agosto de 1979 e de julho de 1989 a junho de 1992.

No filme, o ex-líder da Democracia Cristã é interpretado por Toni Servillo, que reeditou a parceria com Sorrentino em "A Grande Beleza", filme que rendeu ao cineasta o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2014. "Il Divo" foi muito bem recebido pela crítica a ganhou o prêmio do júri em Cannes.

Berlusconi

Assim como Andreotti, Silvio Berlusconi governou a Itália por três períodos (1994-1995, 2001-2006 e 2008 e 2011), mas hoje, aos 79 anos, está cada vez mais longe da política e impossibilitado de ocupar cargos públicos até 2019 por conta de uma condenação por fraude fiscal.

O ex-Cavaliere ascendeu na política italiana no início dos anos 1990, quando o país enfrentava um clima de descrença geral devido ao escândalo da investigação "Mãos Limpas", que desbaratou um esquema de corrupção endêmica nos principais partidos da península.

Empresário bem sucedido e com um discurso sedutor, Berlusconi cativou o eleitorado e conseguiu se eleger primeiro-ministro, mas nunca com maioria suficiente para governar sozinho. Por isso, seus governos sempre foram marcados pela instabilidade e pela falta de capacidade de aprovar reformas.

Nos anos 2000, começaram a surgir nas páginas dos jornais notícias sobre as festanças com prostitutas que promovia em suas mansões, os chamados "bunga-bunga". A presença de menores de idade nesses "jantares" atraiu a atenção do judiciário e deu início a uma série de inquéritos contra Berlusconi.

Contudo, no fim das contas, o ex-premier acabou condenado em definitivo por fraude fiscal, após um esquema de sonegação de impostos envolvendo seu conglomerado de mídia. Emitida em 2013, a sentença levou à cassação do seu mandato de senador no fim do mesmo ano, tornando-o inelegível até 2019. Ele chegou a trabalhar por um ano em um asilo, porém já cumpriu a pena.

Berlusconi ainda responde por corrupção contra o sistema judiciário e falso testemunho no processo "Ruby ter". Ele é acusado de ter pagado para manter 21 garotas de programa, incluindo a brasileira Iris Berardi, em silêncio no caso "Ruby", no qual foi absolvido dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder.

Por meio de um comunicado, a produtora de cinema do ex-primeiro-ministro, a Medusa Film, anunciou que não participará do novo filme de Sorrentino, com quem trabalhou em "A Grande Beleza". (Ansa) 

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