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Palestina com fome resgatada pela Itália morre em hospital

Uma jovem palestina que havia sido evacuada da Faixa de Gaza para a Itália morreu em um hospital de Pisa, devido à fome.

Marah Abu Zuhri, de 20 anos, tinha desembarcado no país europeu, acompanhada da mãe e com sinais de desnutrição severa, e foi transferida imediatamente para o Hospital Cisanello, porém não resistiu e faleceu cerca de 24 horas depois.

A Agência Hospitalar Universitária de Pisa (Aoup), administradora da estrutura sanitária, expressou “luto profundo” pela morte da jovem palestina, que havia sido resgatada como parte de uma operação humanitária da Itália para oferecer atendimento de saúde a vítimas da guerra na Faixa de Gaza.

“Ela tinha chegado com um quadro clínico muito comprometido e um estado de profunda deterioração orgânica. Após os primeiros exames necessários e o início do tratamento de suporte, verificou-se uma crise respiratória repentina e posterior parada cardíaca, que, infelizmente, levaram à morte da jovem”, diz um comunicado da Aoup.

Após a divulgação da notícia, Lorenzo Falchi, membro da secretaria nacional do partido Esquerda Italiana, disse que o óbito de Marah é resultado de um “crime contra a humanidade” por parte do governo do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, com “cumplicidade” dos Estados Unidos e da “comunidade internacional ocidental”.

O bloqueio à entrada de ajuda humanitária imposto por Israel em Gaza agravou a crise humanitária no enclave, onde, segundo a ONU, a fome ameaça 100% da população. Desde o fim de maio, a distribuição de ajuda é coordenada de forma exclusiva pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), entidade liderada por um pastor americano aliado do presidente dos EUA, Donald Trump.

Nos últimos três meses, de acordo com as Nações Unidas, mais de 1,7 mil palestinos morreram enquanto tentavam obter comida no enclave, muitos deles perto de pontos de distribuição da GHF.

Pressionado pela comunidade internacional, Israel passou a permitir o envio de ajuda aérea por parte de alguns países, método que é considerado caro, ineficiente e perigoso por agências humanitárias, e disse ter aumentado o fluxo de caminhões com alimentos.

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