
O Papa Leão XIV condenou em uma mensagem à Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o uso da fome como “arma de guerra”.
O texto foi lido aos participantes da sessão da conferência da entidade, que tem sede em Roma, na Itália, e alerta que a insegurança alimentar e a má nutrição “continuam sendo um dos maiores desafios do nosso tempo”.
“Hoje assistimos desolados ao uso iníquo da fome como arma de guerra. Matar uma população de fome é um modo muito barato de fazer a guerra”, escreveu o pontífice americano, cobrando que a comunidade internacional defina “limites claros para punir esses abusos e perseguir os responsáveis”.
“Adiar a solução para esse panorama dilacerante não ajudará; pelo contrário, a angústia e as dificuldades dos necessitados continuarão se acumulando”, acrescentou. Além disso, o Papa destacou a necessidade de uma “transição ecológica justa e que coloque no centro o meio ambiente e as pessoas”, com “mobilização de recursos por parte de governos, entidades públicas e privadas e organismos nacionais e locais” para “proteger ecossistemas e as comunidades menos favorecidas, como os povos indígenas”.
“Sem uma ação climática decidida e coordenada, será impossível garantir sistemas agroalimentares capazes de alimentar uma população mundial em crescimento. Trata-se de repensar e renovar nossos sistemas alimentares, superando a lógica da exploração selvagem”, disse.
Leão XIV também condenou o “desvio de recursos financeiros e tecnologias inovadoras da erradicação da pobreza e da fome no mundo para dedicá-los à fabricação e ao comércio de armas”.
“Nunca antes foi tão urgente como agora que nos tornemos artesãos da paz, trabalhando pelo bem comum. Devemos deixar de lado a retórica estéril e, com firme vontade política, atenuar as diferenças para fomentar um clima de colaboração”, salientou.