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Papa Leao XIV pede para políticos enfrentarem desigualdade “inaceitável”

O Papa Leão XIV pediu para todos os políticos do mundo abordarem a disparidade “inaceitável” entre ricos e pobres como um serviço à paz social.

O apelo foi feito durante uma audiência com os participantes do Jubileu dos Governadores e Administradores, entre eles a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, o presidente da Câmara dos Deputados, Lorenzo Fontana, e representantes de 68 países.

Durante seu discurso, o Pontífice lembrou que os políticos têm a tarefa de “promover e proteger, além de qualquer interesse particular, o bem da comunidade, especialmente em defesa dos mais fracos e marginalizados”.

“Trata-se de trabalhar para superar a desproporção inaceitável entre a riqueza nas mãos de poucos e a pobreza excessiva. Aqueles que vivem em condições extremas clamam para fazer ouvir suas vozes, mas muitas vezes não encontram ouvidos dispostos a ouvir”, denunciou Leão XIV.

Nesse sentido, Robert Prevost observou que essa desigualdade gera injustiça, que pode levar à violência e “mais cedo ou mais tarde à tragédia da guerra”.

Desta forma, o religioso recomendou que “uma boa ação política, promovendo uma distribuição equitativa de recursos, pode efetivamente servir à harmonia e à paz tanto social quanto internacionalmente”.

Diante dos líderes, o Santo Padre também apontou o surgimento da Inteligência Artificial (IA) como “um grande desafio”, lembrando que “ela será válida para ajudar a sociedade na medida em que seu uso não afete a identidade e a dignidade” das pessoas e suas liberdades fundamentais.

“A vida pessoal vale muito mais que um algoritmo, e as relações sociais exigem espaços humanos muito maiores que as telas limitadas que qualquer máquina sem alma pode criar”, alertou.

Além disso, o pontífice norte-americano recomendou que, ao legislar para o bem comum, é preciso tomar como ponto de referência o conceito de lei natural, “não escrita pela mão do homem, mas reconhecida como universalmente válida em todos os tempos”.

“A lei natural, universalmente válida acima de outras crenças mais discutíveis, constitui uma bússola para nos guiar ao legislar e agir, particularmente em questões éticas delicadas que hoje tocam a esfera da privacidade pessoal”, aconselhou.

Por fim, citou como “exemplo” Thomas More, jurista e chanceler de Henrique VIII, decapitado em 1535 por não obedecer à nova Igreja Anglicana, lembrando que ele “foi um homem fiel às suas responsabilidades civis, um perfeito servidor do Estado justamente por sua fé, que o levou a interpretar a política não como uma profissão, mas como uma missão para o crescimento da verdade e do bem”.

“Ele colocou a sua atividade pública a serviço da pessoa, especialmente se frágil ou pobre; administrou as controvérsias sociais com um requintado senso de justiça; protegeu a família e a defendeu com incansável empenho; promoveu a educação integral da juventude”, afirmou.

Prevost disse ainda que “a coragem com que More não hesitou em sacrificar a própria vida em vez de trair a verdade, faz dele, ainda hoje, para nós, um mártir da liberdade e do primado da consciência”. “Que o seu exemplo seja também fonte de inspiração e projeto para cada um de vocês”, concluiu.

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