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Paralisia política na Itália põe União Europeia em alerta

Com impasse sobre governo em plena crise financeira, terceira maior economia europeia preocupa mercados e parceiros do euro. Para muitos, país já é o maior problema para o bloco, à frente até de Espanha e Chipre.

A crise no Chipre está, pelo menos para a União Europeia, controlada. Mas outra, bem mais complicada, parece estar emergindo. Na Itália, os esforços para estabelecer um governo após as eleições de fevereiro acabaram paralisando a política nacional. E o governo do primeiro-ministro Mario Monti tem hoje mais um caráter emergencial do que interino.\

A situação deixa cada vez mais tensos os mercados internacionais e a União Europeia, que acompanham dia a dia o quanto a endividada Itália caminha sem orientação; como o vazio político cresce; e como a crise financeira progride de forma cada vez mais acelerada.

Pressionado, o presidente Giorgio Napolitano convocou uma comissão de especialistas composta por representantes dos maiores partidos políticos italianos e altos funcionários do Banco Central Europeu, no intuito de tentar encontrar uma solução para a crise política.

A comissão de especialistas, chamada por Napolitano de "os dez sábios", divide-se em dois grupos de trabalho. Um trata das reformas políticas institucionais, que também incluem a lei eleitoral. O outro desenvolve medidas de caráter social e econômico. Os resultados deverão ser apresentados apenas a partir da próxima semana.

Mas, segundo o jornalista Giovanni del Re, correspondente para a União Europeia do jornal Avvenire, não se dever esperar muita coisa dessa comissão.

"Eles certamente vão elaborar um ótimo relatório apresentando o que deve ser reformado no país", afirmou o jornalista à DW. "Mas deverá ficar por isso mesmo, já que os partidos políticos ainda relutam em cooperar entre si".

Os "dez sábios", explica o jornalista, não têm poder de decisão – podem apenas fornecer análises e apontar as reformas necessárias. E enquanto os políticos não demonstrarem disposição para trabalhar em conjunto, os italianos vão se perguntar se as propostas têm de fato valor.

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