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Parlamento da União Europeia abre ação para revogar imunidade de dois deputados

O Parlamento Europeu iniciou um procedimento de urgência para a revogação da imunidade a dois eurodeputados no âmbito das investigações sobre o escândalo de corrupção envolvendo o Catar, informou a presidente da Casa, Roberta Metsola.

“Não haverá impunidade. Nenhuma. Desde o primeiro momento, o Parlamento Europeu fez tudo que estava em seu alcance para ajudar nas investigações e continuaremos a fazer de maneira que não haja impunidade. Os responsáveis encontrarão esse parlamento ao lado da lei. A corrupção não pode compensar e faremos de tudo para combatê-la”, disse Metsola em pronunciamento.

O debate em plenária ocorrerá na primeira sessão do ano, marcada para o próximo dia 16, e o documento será enviado à Comissão de Assuntos Jurídicos (Juri) para uma proposta de decisão. Sob determinação de Metsola, todo o trâmite deve ser encerrado até 13 de fevereiro.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados formalmente, mas os jornais belgas “Le Soir” – o primeiro a revelar o escândalo – e “Knack” dizem que os alvos são o italiano Andrea Cozzolino e o belga Marc Tarabella. As publicações citam fontes do sistema judiciário de Bruxelas.

A casa de Tarabella foi alvo de uma ação de busca e apreensão em 10 de dezembro, um dia depois da polícia belga ter prendido a então vice-presidente do Parlamento UE, Eva Kaili, seu marido e assessor político do grupo Socialistas & Democratas (S&D), o italiano Francesco Giorgi, o ex-eurodeputado italiano Antonio Panzeri e o diretor da ONG No Peace Without Justice, o também italiano Niccolò Figa-Talamanca. Todos seguem detidos.

Em entrevista o próprio “Le Soir”, Tarabella negou qualquer irregularidade e disse que acreditava que a operação havia sido feita porque um dos assistentes parlamentares estava sendo investigado.

Cozzolino, por sua vez, negou qualquer envolvimento no caso e afirmou que estava sendo investigado porque Giorgi já foi seu assessor – o político ainda disse que abria a mão da imunidade para depor no caso e esclarecer sua posição. Ele não foi alvo de operações da polícia belga naqueles dias.

O marido de Kaili confessou na prisão que atuava como uma espécie de “gerente” do dinheiro recebido em suborno, mas disse que Panzeri era quem comandava o esquema. Um dos juízes do caso também ressaltou que o ex-eurodeputado italiano “era a alma” da “organização fraudulenta”.

A Justiça de Bruxelas iniciou a operação no dia 9 de dezembro e executou mandados de prisão e/ou de busca e apreensão contra 16 pessoas, a maioria, assistentes parlamentares.

A suspeita é que o esquema fazia com que textos favoráveis ao Catar – envolvido em uma série de denúncias de violações de direitos humanos por conta da Copa do Mundo realizada em dezembro de 2021 – fossem debatidos e aprovados no Parlamento Europeu.

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