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Parlamento Europeu organiza seminário para o centenário do Dia Internacional da Mulher

O próximo dia 8 de março não é uma data qualquer na história das mulheres, mas marca o centésimo aniversário da instituição do Dia Internacional. Para este dia, o Parlamento Europeu organizou em Estrasburgo um seminário dedicado à liderança feminina. Também a histórica associação União das Mulheres Italianas (UDI, de sua sigla em italiano) organizou para a ocasião uma premiação e uma mesa redonda em Roma.

Nem todos concordam com a escolha de 1911 como o ano do início das celebrações. Muitos já festejaram o centenário em 2008, porque pegaram como referência os acontecimentos em uma fábrica têxtil de Nova York, onde um número incerto de operárias (entre 29 e 129) morreu em um incêndio porque os proprietários tinham fechado as portas para impedir que seus funcionários, principalmente mulheres, se afastassem do trabalho.

De acordo com algumas fontes, também aquele famoso episódio que passou para a história não ocorreu em 1908, mas em 1911. De qualquer forma, em 1910, durante o congresso da Internacional Socialista em Copenhague, Clara Zetkin, figura de prestígio do Partido Socialista Alemão, diretora da revista Igualdade e grande mediadora política, acolhe o projeto da delegação americana para comemorar a morte das operárias no incêndio e propõe o lançamento de um único grande dia internacional centrado no voto das mulheres. 

Até esse momento, o Dia da Mulher já tinha uma história pelo menos nos Estados Unidos, mas também havia experiências fragmentadas em alguns países da Europa. Não se tratava portanto de inventar esta data, mas de ratificar sua existência ao nível mundial.

A questão do voto encontra os socialistas ainda divididos, a proposta não é aprovada e será preciso aguardar até o ano seguinte, 1911, para presenciar o surgimento do "ensaio geral" do Dia Internacional da Mulher.

Onde a prática de um dia específico para a mulher já existia, continuou e se consolidou seguindo datas escolhidas de forma independente; e onde não existia se estabeleceu. 

Em 1917, em São Petersburgo, fome, frio e sofrimentos da guerra levam as operárias e camponesas à praça contra o czar para pedir paz e pão. É o início da Revolução de Fevereiro: 23 de fevereiro segundo o calendário Juliano, 8 de março por aquele reformado e em vigor no Ocidente. 

Em 1921 em Moscou, na segunda Conferência das Mulheres Comunistas, participam 82 delegadas de 20 países: as dirigentes, entre as quais Clara Zetkin, adotam o 23 de fevereiro/8 de março como o Dia da Operária, em memória das trabalhadoras de São Petersburgo. 

Quando as mulheres russas conseguem entrar em sintonia com as americanas, do Oriente ao Ocidente o 8 de março passou a ser o Dia Internacional da Mulher.

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