
O partido ultranacionalista Liga, do vice-premiê e ministro de Infraestrutura e dos Transportes, Matteo Salvini, apresentou oficialmente nesta sexta-feira (10) uma moção ao Parlamento para comprometer o governo “a apoiar a candidatura” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Prêmio Nobel da Paz de 2026.
Assinado por todos os deputados da legenda, comandada por Riccardo Molinari, líder do grupo na Câmara dos Deputados, o documento destaca que a honraria seria um reconhecimento ao republicano por “seu papel de mediador e contribuição para a construção da paz no Oriente Médio”.
A moção ressalta ainda o “apoio à implementação concreta e efetiva do plano de paz para Gaza” de Trump.
“O Prêmio Nobel da Paz representa o mais alto reconhecimento internacional concedido àqueles que contribuíram ‘para o bem maior da humanidade’ por meio da promoção da paz, da cooperação entre os povos e da resolução pacífica de conflitos”, explica o texto.
O partido afirma que a função do Nobel da Paz não é apenas comemorativa, “mas propulsora e simbólica”, citando entre os premiados Theodore Roosevelt (1906), Woodrow Wilson (1919), Anwar al-Sadat e Menachem Begin (1978), Yitzhak Rabin, Shimon Peres e Yasser Arafat (1994) e Barack Obama (2009).
“Esses exemplos demonstram como o Prêmio Nobel da Paz pode e deve ser concedido também com uma perspectiva prospectiva, como incentivo à continuidade dos processos de paz ou à consolidação de resultados diplomáticos já em curso”, acrescenta.
Para o partido de Salvini, o “plano de paz para Gaza”, promovido pelo governo Trump, “representa até o momento a proposta mais concreta e detalhada para um cessar-fogo e estabilização duradoura da área, prevendo uma série de medidas e etapas políticas, humanitárias e de segurança, visando à desmilitarização de Gaza, à reconstrução civil e ao reconhecimento mútuo das partes”.
O texto enfatiza também que a proposta, acima de tudo, foi aceita “por todas as partes, incluindo o Hamas, marcando um evento histórico na diplomacia do Oriente Médio”.
Portanto, para a legenda, “a mediação que, sob o impulso da diplomacia americana, envolveu ativamente Egito, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Turquia, confirmando um processo de paz multilateral sem precedentes recentes na região” merece reconhecimento.
Por fim, a Liga considera que “a implementação efetiva do plano de paz de Gaza, a manutenção de um cessar-fogo duradouro, sob garantias internacionais”, poderia se beneficiar deste reconhecimento para encorajar “todos os atores envolvidos, e em particular a sociedade civil israelense e palestina, a promover uma cultura de paz e respeito mútuo”.