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Pedidos de solidariedade marcam Dia da Europa

Pedidos de solidariedade marcaram neste sábado (9) o Dia da Europa, que recorda a chamada “Declaração Schuman”, escrita em 9 de maio de 1950 pelo político francês Robert Schuman e que é considerada o embrião da União Europeia.

O documento, lançado após a catástrofe da Segunda Guerra Mundial, defende a integração política entre os países do continente como forma de garantir relações pacíficas no futuro. Em 2020, a data foi usada para cobrar solidariedade em meio à pior pandemia em um século.

“Robert Schuman disse: ‘A Europa não poderá ser construída de uma só vez nem será construída toda junta.

Ela surgirá de realizações concretas que criem, sobretudo, uma solidariedade de fato.

A Europa, para superar a crise do coronavírus, precisa daquele espírito de solidariedade”, afirmou o primeiro ministro da Itália, Giuseppe Conte, em uma mensagem em vídeo.

Também por vídeo, o presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que a União Europeia precisa “se reinventar e pensar no futuro”. “É deste espírito que necessitamos mais uma vez”, acrescentou.

Já Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, o poder Executivo da UE, destacou que o “objetivo da solidariedade” continua “mais atual do que nunca”. “Uma solidariedade que foi testada no início da pandemia, mas que nos permitiu ver que se fechar sobre si mesmo não é a solução”, disse a alemã, que, há algumas semanas, pedira desculpas à Itália pela falta de ajuda no começo da crise sanitária.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, que é italiano, afirmou que a UE precisa ser capaz de “mobilizar uma grande quantidade de recursos para impulsionar rapidamente uma economia totalmente bloqueada”. “Os cidadãos europeus esperam muito da Europa, e nós devemos estar à altura de suas expectativas. O trabalho está só no começo”, reforçou.

Até o papa Francisco se pronunciou em defesa da solidariedade na UE. “No 70º aniversário da Declaração Schuman, faço votos para que ela continue a inspirar aqueles com responsabilidades na União Europeia, chamados a enfrentar as consequências sociais e econômicas da pandemia, em espírito de harmonia e colaboração”, diz seu perfil no Twitter.

A Itália cobra a instituição de um fundo de recuperação voltado ao socorro de países em dificuldade econômica por causa da pandemia. Os ministros das Finanças da UE já aprovaram uma linha de crédito de 240 bilhões de euros, mas os Estados-membros que tiverem acesso a esses recursos terão de restituir os empréstimos em até 10 anos.

A Itália, no entanto, defende que os mecanismos de socorro no bloco sejam financiados pela emissão de títulos europeus no mercado, de modo que o peso dos juros recaia sobre a União Europeia como um todo, e não sobre cada país individualmente.

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