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Ex-premiê pede oposição “unida” na Itália

O secretário do Partido Democrático (PD), Enrico Letta, pediu que a oposição italiana fique unida para lidar com o novo governo do país, que será formado pelo bloco dos ultranacionalistas Irmãos da Itália (FdI) e Liga e pelo conservador Força Itália (FI).

A fala ocorreu durante uma reunião do PD para a escolha dos líderes de bancada no Senado e na Câmara dos Deputados.

“A única maneira de colocar a maioria em crise é fazer com que as oposições estejam unidas. Mas, se a maioria já tiver soldados para substituir, tudo será em vão. É preciso o entendimento mais amplo possível para colocar a maioria em dificuldades, sobretudo no Senado. Nós estamos reduzindo ao mínimo os tons agressivos na relação com as outras oposições”, disse Letta aos membros do partido.

“Precisamos reivindicar esse comportamento, mas precisamos também obrigá-los a ficar nos temas. As escolhas dos presidentes das câmaras nos leva a uma maior coesão e capacidade de incisão nossa”, pontuou ainda.

Por isso, Letta pediu apoio aos correligionários para manter nos cargos de líderes de bancada a senadora Simona Malpezzi e a deputada Debora Serrachiani. A votação sobre a primeira já ocorreu e Malpezzi foi reconfirmada na função.

O PD, de centro-esquerda, foi o segundo partido mais votado no pleito de 25 de setembro, com cerca de 19% dos votos. A sigla governou a Itália entre 2013 e 2018 e também participa da gestão de Mario Draghi desde o seu início. No entanto, a legenda teve resultados eleitorais abaixo do esperado.

Entre os partidos que podem fazer oposição, estão o populista Movimento 5 Estrelas (M5S), de Giuseppe Conte, que teve uma briga com o PD por conta da derrubada de Draghi; o centrista Itália Viva, do ex-premiê Matteo Renzi; e o Ação, de Carlo Calenda – sendo que essas duas legendas se uniram para as eleições no chamado “Terzo Polo”.

No entanto, Letta acusou Renzi e Calenda de atacarem o PD incansavelmente mesmo após o fim da disputa eleitoral.

“O estado de saúde da oposição é afetado pela continuação do clima eleitoral, quando quem estava ao nosso redor exercitou uma contínua e progressiva atenção crítica na relação conosco.

Essas primeiras semanas de legislatura começaram do mesmo modo, sobretudo por parte do Calenda e Renzi, com provocações e ataques insuportáveis”, afirmou aos membros do PD.

Segundo o ex-premiê, a sensação que se tem é que “o campo da oposição tem que ser reduzido ao que eles dizem sobre nós” e isso “é uma coisa que nunca vi na minha vida política, uma situação assim tão incompreensível”.

“Isso cria uma imagem de uma oposição que está cada um por si. O mesmo problema atinge também o M5S, mesmo que de uma maneira completamente diferente”, finalizou.

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