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POLÊMICA: Itália precisa “assumir responsabilidade” com imigração, diz ministro francês do Interior

O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou que a Itália precisa "assumir suas responsabilidades" no caso dos imigrantes que chegam ao país.

 

"Desde o início do ano, recebemos cerca de oito mil pessoas e mandamos de volta para a Itália cerca de seis mil imigrantes. Eles não devem passar e é a Itália que tem que assumir a responsabilidade. É preciso respeitar as regras de Schengen", disse Cazeneuve à mídia francesa.

 

Segundo o titular da pasta, "a Itália precisa criar centros" para distinguir os imigrantes econômicos irregulares dos refugiados. Ainda de acordo com Cazeneuve, a França não fechou as fronteiras, só está aplicando as normas permitidas pela União Europeia.

 

A crise entre os governos começou neste final de semana, quando centenas de pessoas foram bloqueadas na pequena cidade de Ventimiglia, que fica na fronteira entre as duas nações. Os estrangeiros são provenientes sobretudo de Eritreia, Somália, Costa do Marfim e Sudão e querem seguir para Alemanha, Áustria, Suécia e França, onde vivem seus parentes ou numerosas comunidades de suas nacionalidades.

 

O ministro do Interior, Angelino Alfano, criticou a França. "As imagens dos imigrantes são um tapa na cara da Europa. Aquelas pessoas querem ir para Europa, não ficar na Itália. Se a UE não aceita acolher os imigrantes que chegam aqui, a Europa verá a Itália também não ser solidária e retribuir o mesmo tratamento", destacou.

 

Renzi rebate críticas

 

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, rebateu a entrevista do ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, e disse que seu país tem um "plano B" para a crise imigratória.

 

"A União Europeia está em uma encruzilhada. Ou atua como uma comunidade e se encarrega de resolver o problema todos juntos, e esse é o plano A, ou não se encontram soluções boas e nós faremos sozinhos. Esse é o plano B: a Itália enfrentará o problema como grande nação que é", disse Renzi durante uma entrevista coletiva.

 

Para o político, caso a Itália precise resolver a questão sozinha, isso será "uma derrota para a Europa". Citando Cazeneuve, indiretamente, Renzi destacou que "o plano A é enfrentar todos juntos, mas é evidente que a força muscular de alguns ministros de países amigos vão na direção oposta".

 

O italiano relembrou a formação histórica do continente, dizendo que "se a Europa quiser ser uma comunidade de pessoas como sonhamos e construímos, precisa resolver conjuntamente o problema dramático" da imigração. Ele ainda lembrou que a questão é complexa e que "nenhum egoísmo nacional pode fazer com que nós fechemos nossos olhos".

 

Nos dias 25 e 26, o Conselho Europeu discutirá a resposta do bloco para a crise migratória.

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