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POLÊMICA NO FESTIVAL DE VENEZA: Deputada italiana vai processar diretor de filme romeno

A deputada italiana, Alessandra Mussolini, neta do ex-ditador fascista Benito Mussolini, pretende processar o diretor Bobby Paunescu e pedir a retirada do filme romeno "Francesca", apresentado na última semana no Festival de Veneza.

A deputada do partido Povo da Liberdade (PDL, do primeiro-ministro Silvio Berlusconi), teria se ofendido com os ataques que a acusam de racistas. Uma das frases do filme diz: "Mussolini é uma puta que quer matar todos os romenos".

 

A parlamentar informou pelo seu advogado que irá entrar com um processo no Tribunal de Veneza para obter indenizações por danos morais e também a apreensão do filme.

Em declarações à ANSA, a deputada confirmou que "está tudo nas mãos do meu advogado. Se for verdade o que eu li nos jornais, ele disse que posso pedir, além da indenização por danos morais, também a apreensão do filme. Porque uma coisa é um insulto genérico, mas neste tom não".

"Francesca" retrata uma Itália racista, com a história de uma professora romena que deseja montar uma escola para os filhos de imigrantes na Itália. O longa destaca temas contemporâneos, como os estereótipos, presentes nas relações entre italianos e romenos.

Por sua parte, Paunescu declarou que "o filme não ataca nem a Mussolini nem os políticos italianos, é muito mais profundo. Acredito que as pessoas que estavam na sala perceberam, por isso se divertiram e aplaudiram".

A produção romena abriu ontem a seção Horizontes, uma das mais importantes mostras paralelas do Festival de Veneza, que começou no dia 2 e termina em 12 de setembro.

Hoje, a imprensa romena destacou o sucesso do filme, mas também a polemica gerada pela deputada italiana. A publicação Evenimentul Zilei online destacou que "Francesca conquistou os italianos", mas os aplausos na sala, "ecoaram fora do cinema do Festival por uma indignação exagerada de Alessandra Mussolini".

O jornal Adevarul online, por sua vez, escreve que, para responder ao ataque do filme, o prefeito de Verona, Flavio Tosi, enfatizou as "ótimas" relações entre a Itália e a Romênia. Tosi também sentiu-se atingido pela declaração "prefeito de Verona de merda", presente na obra.

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