O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, publicou um artigo em diversos jornais do continente garantindo que Roma continuará salvando vidas, mesmo que sozinha.
No texto, divulgado em diários como o italiano "La Stampa", o francês "Le Monde", o britânico "The Guardian" e o alemão "Süddeutsche Zeitung", o premier ainda pede para as nações da União Europeia aumentarem sua ajuda ao países de origem dos imigrantes que arriscam suas vidas em embarcações clandestinas e superlotadas.
"O problema de hoje não é como a Itália fará para enfrentar a emergência, sozinha. Somos um grande país, que não cai em histeria porque em um ano recebe alguns milhares de solicitantes de refúgio a mais. Se obrigados a agir sozinhos, não recuaremos. Não renunciaremos a salvar nem mesmo uma vida, porque temos às nossas costas séculos de civilização aos quais não renunciaremos em troca de aprovação popular", escreveu Renzi.
Segundo o primeiro-ministro, uma resposta europeia à crise migratória serve mais à própria UE do que à Itália. Além disso, ele ressaltou que as pessoas que tiverem direito a refúgio devem encontrar acolhimento no bloco.
"Não podemos pensar que um só país deve se encarregar do problema todo. Responsabilidade e solidariedade são dois conceitos que caminham juntos", acrescentou, antes de cobrar investimentos nas nações de origem dos imigrantes ilegais que cruzam o Mediterrâneo.
"Nesses países, a Europa e a Itália devem fazer mais em termos de auxílio ao desenvolvimento, de projetos de cooperação internacional, de trocas culturais e tecnológicas", disse. A cúpula do Conselho Europeu – órgão que reúne os chefes de Estado e governo dos membros da UE – sobre a emergência acontece nos dias 25 e 26 de junho.
No entanto, os países do bloco têm dado poucos indícios de que podem chegar a um consenso sobre o tema.