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Polícia italiana prende 116 em operação contra máfia, em Roma e na região da Calábria

A polícia italiana realizou duas grandes operações contra organizações do tipo mafiosas na capital, Roma, e na região da Calábria, prendendo no total 116 pessoas. Em Roma foi realizada uma ação policial contra uma organização que gerenciava atividades ilícitas na cidade e nas regiões próximas a capital italiana, em particular no litoral, prendendo 51 pessoas.


A operação, considerada uma das maiores já realizadas em Roma, começou envolvendo mais de 500 agentes, as forças especiais, um helicóptero, barcos de patrulhas da polícia marítima e cães farejadores. Segundo fontes policiais, foram identificados membros de organizações criminosas considerados "os poderosos chefões do crime romano e siciliano".

Os clãs Fasciano, Triassi e D'Agati, que há anos operam em atividades ilícitas no litoral romano, foram os mais atingidos pelas prisões.

A longa investigação revelou uma grande estrutura criminal gerenciada pelos clãs Fasciani e Triassi, que por cerca de 20 anos dividiram as atividades ilícitas na capital. Entre as acusações estão o tráfico internacional de droga, extorsão contra comerciantes e usura. Os mafiosos também controlavam pontos de distribuição de entorpecentes, o mercado das maquinas caça-níqueis e atividades comerciais no litoral romano. Segundo a polícia existiam infiltrações na estrutura administrativa da Prefeitura da capital italiana para influenciar a escolha dos beneficiários de casas populares.

Os criminosos mantinham estreitas ligações com a máfia da Sicília, e um siciliano considerado o homem que mantinha os contatos entre as duas organizações foi detido em Ostia, cidade próxima de Roma.

A operação envolveu também a polícia espanhola, que prendeu na ilha de Tenerife Vincenzo Triassi, um dos líderes da família, junto com a esposa. Ambos foram transferidos nas prisões espanholas e serão extraditados para a Itália. A colaboração entre a polícia italiana e aquela espanhola já permitiu a prisão de dois foragidos em Barcelona. Outra grande operação contra o crime organizado foi realizada hoje na Calábria, região meridional da Itália.

A polícia prendeu 65 pessoas ligadas ao clã Gianpá da cidade de Lamezia Terme, entre os quais políticos, empresários, advogados, médicos e até agentes da polícia penitenciária. Os presos são acusados de associação mafiosa e de vários homicídios realizados durante uma guerra de máfia ocorrida entre 2005 e 2011. Segundo os investigadores, graças a essas prisões serão destruídas as estruturas criminais de Lamezia Terme. Na operação foram sequestrados bens por um valor de um milhão e 200 mil euros (cerca de R$ 3,5 milhões), a maioria dos quais de propriedade de cinco empresários do setor das construções, que colaboravam com os criminosos para reinvestir os recursos de origem ilícita. Um senador do Povo da Liberdade (PDL), bancada do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, Piero Aiello, está sendo investigado pela polícia, que apresentou um pedido de prisão, rejeitado pelo juiz para as investigações preliminares. Aiello foi eleito no Senado italiano nas eleições políticas de fevereiro, e pouco antes ocupou o cargo de secretario a Urbanística no conselho regional da Calábria.

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