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Polícia italiana prende companheiro de brasileira morta em incêndio

A polícia da Itália prendeu o companheiro da brasileira de 48 anos que morreu ao pular do quarto andar de um prédio em Milão, para escapar de um incêndio.

O também brasileiro Michael Pereira, 45, vivia com a vítima, Sueli Leal Barbosa, e foi encontrado em um bar nos arredores do edifício enquanto as chamas devastavam o apartamento do casal, cuja porta estava trancada pelo lado de fora.

Pereira foi levado para interrogatório e, segundo a procuradora Maura Ripamonti, apresentou várias versões sobre o caso, com “mentiras” sobre o horário de saída da habitação, sobre as brigas com Barbosa reportadas por vizinhos e sobre as causas do fogo.

O brasileiro é acusado de homicídio doloso qualificado e incêndio doloso. As chamas, de acordo com os investigadores, foram deflagradas com o auxílio de um isqueiro ou de fósforos e de “substâncias aceleradoras”. Em seguida, ele teria trancado a porta do apartamento com chave, enquanto a mulher estava deitada no quarto.

Surpreendida pelo fogo, Barbosa gritou desesperadamente por ajuda na janela e, ao perceber que as chamas avançavam, se jogou do quarto andar para tentar escapar. A brasileira ainda foi socorrida e levada de ambulância a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu pouco depois.

Inicialmente, Pereira declarou que havia saído de casa por volta de 23h de quarta-feira (4) para comprar cerveja, mas câmeras de vigilância mostram que ele deixou o apartamento à 0h49, poucos minutos antes do incêndio.

O suspeito admitiu que pode ter provocado o incêndio, mas nega que o tenha feito de propósito. “Sueli e eu discutimos, ela estava brava comigo porque queria que eu fosse dormir com ela em vez de beber, então eu me irritei, fumei um cigarro e, logo antes de sair, o joguei no tapete em frente ao sofá. Ela era maníaca por limpeza, queria fazer apenas um despeito, não achava que provocaria um incêndio”, contou o brasileiro em seu depoimento.

“Ela limpava o tapete e o sofá com álcool e amoníaco”, acrescentou Pereira, que não conseguiu convencer os investigadores. “É impossível que aquele tipo de incêndio, do qual existe uma parcial documentação em foto e vídeo, possa ter se desenvolvido com a dinâmica descrita pelo investigado”, afirmou o Ministério Público.

Ainda de acordo com o MP, Pereira “não manifestou nenhuma forma de dor ou ainda menos de remorso” pela morte de Barbosa, que morava em Milão havia duas décadas e trabalhava como enfermeira. Ela deixa um filho de 10 anos, fruto de outro relacionamento e que não estava no prédio no momento do incêndio.

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