
A centro-esquerda venceu as eleições na Toscana e manteve o domínio de um histórico bastião “vermelho” na Itália, em um pleito marcado pela disparada da abstenção.
O governador Eugenio Giani, do Partido Democrático (PD) e apoiado pelo Movimento 5 Estrelas (M5S), foi reeleito para mais cinco anos de mandato, de acordo com projeções divulgadas pela imprensa italiana.
O instituto YouTrend colocou Giani com 56,6% dos votos, contra 38,8% do prefeito de Pistoia, Alessandro Tomasi, do partido de direita Irmãos da Itália (FdI), o mesmo de Meloni.
Já a comunista Antonella Bundu aparece com 4,6%.
O Consórcio Opinio apresentou números parecidos em sua projeção, com 54,6% para Giani, 40,6% para Tomasi e 4,8% para Bundu. “Estou emocionado. Obrigado, Toscana!”, escreveu Giani nas redes sociais.
O destaque negativo ficou por conta da baixa participação popular: apenas 47,73% dos eleitores compareceram às urnas em um dia e meio de votação, queda de mais de 14 pontos em relação ao índice de 62,2% verificado em 2020, em plena pandemia de Covid-19.
A reeleição do governador progressista era dada como certa por analistas, uma vez que a Toscana sempre foi governada pela centro-esquerda desde sua instituição, em 1970, porém a direita esperava um resultado um pouco mais apertado.
“É uma grande vitória de Eugenio Giani e para a centro-esquerda. Tenho a impressão que formar uma casa reformista seja uma bela ideia”, disse o ex-premiê Matteo Renzi, que foi prefeito de Florença, capital da Toscana, e defende que o campo progressista caminhe em direção ao centro para fazer frente à coalizão de Meloni.
Com o resultado, o placar das eleições regionais do segundo semestre na Itália está em 2 a 1 para a direita, que manteve os governos da Calábria e de Marcas. O pequeno e montanhoso Vale de Aosta também foi às urnas em setembro, porém prevaleceu um partido da minoria linguística francesa local.
Em 23 e 24 novembro, será a vez do Vêneto, histórico feudo da Liga, partido nacionalista do vice-premiê e ministro dos Transportes, Matteo Salvini, e de Campânia e Puglia, ambas governadas pela esquerda.