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Presidente da Itália encarrega Giorgia Meloni de formar governo

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, encarregou a líder de extrema direita Giorgia Meloni de formar o novo governo, medida que já era aguardada desde a vitória da coalizão conservadora nas eleições de 25 de setembro.

Como manda a praxe, Mattarella conferiu o encargo a Meloni após um ciclo de reuniões com todos os partidos representados no Parlamento. A premiê encarregada já apresentou uma lista de ministros.

“O presidente da República, Sergio Mattarella, conferiu o encargo de formar o governo a Giorgia Meloni, que aceitou a tarefa e apresentou o elenco de ministros”, disse o secretário-geral da Presidência, Ugo Zampetti.

Além de seu partido, o Irmãos da Itália (FdI), de extrema direita, Meloni terá em seu gabinete a legenda de ultradireita Liga, de Matteo Salvini, novo ministro da Infraestrutura, e o conservador Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi.

Recém-eleito para o Senado, o ex-premiê não terá cargo no governo, mas conseguiu emplacar Antonio Tajani, coordenador nacional do FI, como ministro das Relações Exteriores. Tajani e Salvini também dividirão a função de vice-primeiro-ministro.

Por outro lado, Berlusconi havia garantido que sua aliada Elisabetta Casellati chefiaria o importante Ministério da Justiça, mas a pasta ficou com o ex-procurador da Operação Mãos Limpas Carlo Nordio (FdI).

“Desejo bom trabalho ao novo governo”, disse Mattarella, que ainda agradeceu ao premiê demissionário Mario Draghi pelo trabalho feito em sua gestão.

Premiê inédita

Aos 45 anos de idade, Meloni será a primeira mulher premiê na Itália e a primeira líder de extrema direita a governar o país desde a Segunda Guerra Mundial.

O FdI é herdeiro da extinta legenda pós-fascista Movimento Social Italiano (MSI), e a própria primeira-ministra encarregada já expressou opiniões simpáticas a Mussolini em sua juventude.

Hoje, no entanto, tenta se vender como uma líder moderada e responsável, tendo abandonado inclusive a proposta de tirar a Itália da zona de euro.

Ainda assim, construiu sua trajetória política com um discurso anti-migrantes, e uma de suas bandeiras é impor um bloqueio militar no Mediterrâneo para impedir a chegada de deslocados internacionais.

No poder, Meloni promete respeitar as regras orçamentárias da União Europeia e manter a política externa de Mario Draghi, incluindo o apoio incondicional à Ucrânia na guerra contra a Rússia.

Nos últimos dias, declarações de Berlusconi alinhadas ao Kremlin já criaram uma saia justa para Meloni, que deu um ultimato ao ex-premiê, afirmando que quem não se alinhar à UE e à Otan “não poderá fazer parte do governo”.

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