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POLÍTICA: Presidente da Câmara dos Deputados Gianfranco Fini diz que continuará apoiando o governo

O presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Gianfranco Fini, co-fundador do partido do premier Silvio Berlusconi, o Povo da Liberdade (PDL), do qual foi retirado em julho passado, anunciou que continuará apoiando o governo.

"Seguimos em frente, sem golpes, sem mudanças em campo e sem atitudes que possam fazer os eleitores pensarem que coletamos votos na centro-direita para levá-los a outra parte", mas "é preciso se respeitar o pacto com os eleitores, até o final", declarou Fini em sua primeira manifestação pública desde a saída da legenda governista. 

O discurso do parlamentar era bastante aguardado na Itália, onde debate-se o futuro do país, cujo governo até então estava ameaçado diante da possibilidade de não ter mais a maioria para continuar suas políticas e programas de gestão. 

Fini participou de uma manifestação de seu novo grupo, o Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), criado com seus seguidores, que decidiram abandonar o PDL para unirem-se ao parlamentar. O que tiraria a maioria governista na Câmara e no Senado, se os legisladores passassem à oposição. 

Em relação às políticas de governo, Fini pediu um novo pacto para que se consiga governar até o ano de 2013, quando o país deverá realizar as eleições legislativas, de acordo com o cronograma eleitoral. 

Sobre o PDL, legenda que ajudou a criar em 2009 desfazendo-se de sua Aliança Itália, Fini declarou que o partido, "como o havíamos concebido, terminou em 29 de julho, e não porque alguém foi embora, mas porque faltou em seu interior a confrontação de ideias, que é o sal da democracia".

"Não se pode voltar a um partido que não existe mais. Deve-se continuar em frente sem fazer-se atemorizar", continuou. 

A Berlusconi "lhes somos gratos por tudo o que fez… mas a gratidão não pode significar que cada vez que se critica ou se expressa uma opinião diversa, se deva acusar de traição. Não pode existir direito de traição porque não existe um povo de súditos", afirmou Fini. 

Embora tenha méritos, Berlusconi tem também "algum defeito, em primeiro lugar por não ter compreendido bem que em uma democracia liberal não pode haver heresia, porque não há a ortodoxia. Não somos um povo de súditos, mas sim cidadãos que querem participar ativamente". 

"Nunca ataquei a liderança de Berlusconi, mas ele tem o costume de confundir liderança com o papel que nas empresas têm os proprietários", explicou o titular da Câmara, ao considerar ainda que sua "expulsão" do PDL "foi um ato iliberal e autoritário". 

A decisão de retirar Fini do PDL foi anunciada em julho, após uma reunião do conselho diretivo da legenda. Em um texto divulgado naquela ocasião, os governistas diziam que o deputado adotara "um perfil político de oposição ao governo, ao partido e à presidência do conselho".

Segundo o PDL, tal postura foi manifestada a partir de "uma crítica demolidora contra as decisões tomadas pelo PDL", assim como "um ataque sistemático e direto ao papel e à figura do presidente" do Conselho de Ministros da Itália, Berlusconi.

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