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Políticos lamentam morte de soldados italianos no Afeganistão

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, lamentou a morte de dois soldados do país no Afeganistão, em um ataque realizado nesta segunda-feira contra um comboio militar.

O chefe de Governo enviou uma mensagem aos familiares do sargento Massimiliano Ramadú e do cabo Luigi Pascazio, na qual destaca seus sentimentos, sua profunda proximidade e exalta o trabalho realizado pelos militares na busca pela estabilização e paz no Afeganistão.

Napolitano também pediu para o chefe de Estado-Maior, general Vicenzo Camporini, repassar seus pêsames às Forças Armadas, e ao Exército em particular.

Na mesma mensagem, o presidente mostrou-se solidário e encorajou os outros dois soldados italianos que ficaram feridos no ataque, Gianfranco Scirè e Cristina Buonacucina.

Os militares integram um comboio que viajava de Herat para a localidade de Bala Murghab quando um artefato explodiu e atingiu o carro que estavam. Os feridos estão sendo atendidos no hospital de Herat.

"A missão no Afeganistão é uma missão fundamental para a Itália. Uma missão de paz que continuará", disse o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, ao ser questionado sobre a possibilidade da retirada das tropas italianas, que integram a Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf, na sigla em inglês).

"A missão italiana é uma missão de paz, na qual as nossas mulheres e nossos homens trabalham pela nossa segurança e pelo bem do povo afegão", destacou o chanceler.

Por outro lado, o ministro para a Simplificação, Roberto Calderoni, questionou se os esforços militares no Afeganistão "valem" a pena.

"É preciso verificar se os sacrifícios valem. Mas como é uma comunidade internacional, tomaremos as decisões junto com eles", comentou.

"Não se pode ser unilateral. Analisaremos em nível internacional", acrescentou Calderoli.

Já o líder da legenda Liga Norte, que apoia o partido governista Povo da Liberdade, Umberto Bossi, comentou que uma possível retirada das tropas poderia ser mal vista pela comunidade internacional.

"Eu penso que não podemos escapar. A nossa [saída, ndr.] seria vista pelo mundo ocidental como uma fuga difícil de explicar. O nosso país não pode andar sozinho. O Ocidente se emprenha em deter o terrorismo", defendeu.

Autoridades políticas do país também demonstraram dor pelo acontecimento, como o primeiro-ministro Silvio Berlusconi e o ministro da Defesa Ignazio La Russa.

O premier lamentou o acontecimento e enviou condolências às famílias das vítimas, ao mesmo tempo, o chefe de Estado ressaltou a importância da missão no Afeganistão para a estabilidade e o processo de paz da região.

La Russa que deu uma coletiva de imprensa para esclarecer o ataque às 11h30 locais (4h30 no horário de Brasília), destacou que "pela primeira vez uma mulher do contingente italiano no Afeganistão ficou ferida".

Por sua vez, o ex-primeiro-ministro Massimo D'Alema, exprimiu, "em nome do Comitê Parlamentar para a Segurança da República, o meu maior pesar pela morte de Massimiliano Ramadù e de Luigi Pascazio, vítimas do atentado desta manhã no Afeganistão".

"Neste momento de profundo luto, quero exprimir a minha proximidade às famílias dos dois mortos e aos seus companheiros do 32º Regimento Gênio Alpino de Turim", comentou a ministra da Juventude italiana, Giorgia Meloni.

Atualmente, há cerca de três mil soldados italianos no Afeganistão, no âmbito da missão da Isaf. Está previsto para outros mil chegar em junho ao país, segundo uma nova estratégia da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Desde 2004, quando foi iniciada a contribuição da Itália nas missões no Afeganistão, 25 soldados do país morreram. (ANSA)

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