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POLÍTICA: Silvio Berlusconi rompe com o presidente da Câmara dos Deputados Gianfranco Fini

As divergências políticas entre os fundadores do Povo da Liberdade (PDL) — o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini — levaram ao rompimento de uma relação de anos de proximidade.

No encontro do órgão executivo do PDL foi aprovado um documento no qual os governistas acusam Fini de ter adotado, junto a um grupo de seguidores, "um perfil político de oposição ao governo, ao partido e à presidência do conselho" diretivo.

Em nota divulgada após as discussões, a legenda diz que tal postura foi manifestada a partir de "uma crítica demolidora contra as decisões tomadas pelo PDL", assim como "um ataque sistemático e direto ao papel e à figura do presidente" do Conselho de Ministros da Itália, Berlusconi.

Ente os pontos, o texto cita que "Fini e alguns legisladores que o seguem formularam orientações e até projetos de lei relacionados a temas importantes, como o prazo para pessoas que queiram adquirir cidadania [italiana] ou o voto dos imigrantes extracomunitários em aberto contraste com a maioria" dos militantes.

Após o encontro, Berlusconi explicou que ficou claro o "desacordo por parte de Fini e de homens próximos a ele em relação ao governo, à maioria e ao presidente do Conselho".

O premier ressaltou ainda que a agremiação "não pode pagar um preço demasiadamente alto de mostrar-se como uma força dividida".

"Eu nunca respondi às críticas", pelo contrário, "sempre tivemos uma conduta responsável, levando em consideração o momento de crise que vivemos", expressou o primeiro-ministro.

A ruptura com Fini, que dissolveu o seu partido de direita para criar o PDL com Berlusconi, foi decidida por 33 dos 36 membros da cúpula da legenda.

Mas ainda não foi definido o futuro dos membros do governo italiano que são partidários ao titular da Câmara, embora o documento aprovado ontem contenha implicitamente um pedido de renúncia à presidência da casa legislativa.

De acordo com a nota, Fini "não possui mais as características de uma figura de garantia".

Por outro lado, dirigentes próximos ao político apontaram que seria impossível propor um voto de desconfiança contra o titular da Câmara, que pode ter uma expressão diferente à do governo. A posição é respaldada por analistas políticos.

O tema, que dominou o debate político italiano desta quinta-feira, fez com que parlamentares fiéis a Fini saíssem a campo para começar a organizar novas bancadas na Câmara e no Senado, reiterando apoio ao legislador.

Por sua vez, procurado por jornalistas, Fini evitou comentar o assunto, deixando a sede da Câmara sem fazer nenhuma declaração.

Fundado em março de 2009, o PDL é integrado pelos antigos membros da Aliança Nacional, de Fini, e do Movimento Social Italiano-Direita Nacional (MSI-DN).

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