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Premiê da Itália Enrico Letta pede que ministros evitem divergências em público

O novo primeiro-ministro italiano pediu aos ministros que evitem expressar publicamente divergências sobre questões polêmicas. Enrico Letta tenta, assim, proteger a estabilidade de um governo frágil, formado pelo agrupamento de antigos adversários da esquerda e da direita.

As primeiras semanas de Letta no cargo têm sido marcadas por tensões na coalizão sobre a política fiscal, a questão da imigração e, mais recentemente, os problemas legais do líder da centro-direita, Silvio Berlusconi. Em declarações feitas durante um retiro de dois dias na região da Toscana, destinado a promover o espírito de equipe no gabinete, Letta disse que a reunião foi marcada pela "franqueza" e o compromisso com a "lealdade mútua".

Letta, político de centro-esquerda, comentou que o encontro estabeleceu as "regras básicas" para os primeiros 100 dias de governo, nos quais o foco será a luta contra o desemprego dos jovens, o fim da longa recessão, a reforma da lei eleitoral e mudanças fiscais.

Nesse período os ministros não vão participar da próxima campanha para eleição de prefeitos e não darão entrevistas sobre assuntos fora de suas atribuições imediatas no governo, disse. "Temos de nos concentrar nas políticas de governo, porque se nós nos concentramos em embates políticos, vamos logo contra a parede", afirmou.

Uma das questões mais controversas é uma demanda da centro-direita de remoção de um impopular imposto habitacional. Letta concordou parcialmente ao determinar a suspensão da próxima cobrança, com vencimento em junho, antes de uma reforma tributária mais ampla.

A suspensão vai custar cerca de 2 bilhões de euros aos cofres públicos. O premiê disse aos repórteres que na próxima reunião do gabinete, na sexta-feira, ele vai informar qual a estratégia que será adotada para financiar a suspensão dessa parcela do imposto.

No domingo, Letta se desentendeu com o vice-primeiro-ministro Angelino Alfano, secretário nacional do partido de Berlusconi, sobre o comparecimento de Alfano em um comício no final de semana, durante o qual Berlusconi criticou juízes que ele acusa de persegui-lo por motivos políticos.

Ao lado de Letta, Alfano declarou que a reunião na Toscana "obviamente, não superou os problemas", mas o governo está determinado a continuar "para o bem da Itália".

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