
Em um discurso no Bundestag, o Parlamento da Alemanha, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, afirmou que a guerra de agressão “é um crime” e que os responsáveis por atacarem civis nos conflitos “não podem ficar impunes”.
O mandatário italiano está em Berlim por ocasião do Dia Nacional do Luto, chamado Volkstrauertag, que recorda as pessoas que morreram em guerras ou como vítimas de opressão violenta.
Mattarella participou da cerimônia ao lado de seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier.
“A soberania de um povo não se expressa no direito de guerrear contra seu vizinho. O desejo de uma nação de ter sucesso não se traduz em injustiça. Uma guerra de agressão é um crime”, declarou o chefe de Estado.
Mattarella observou que a guerra “sempre buscou lançar sua sombra sobre a humanidade”, além de recordar que o século 20 “transformou a tragédia dos soldados em uma tragédia dos povos”.
“Desde então, o rosto da guerra não se reflete apenas no do combatente, mas também no da criança, da mãe e do idoso indefeso. É o que está acontecendo hoje em Kiev e em Gaza”, acrescentou.
O italiano também mencionou que a paz “não é um objetivo definitivo, mas sim o fruto de um esforço incansável, fundamentado na conquista de valores compartilhados e no reconhecimento da inviolabilidade da dignidade humana de cada pessoa”.
Citando dados da Organização das Nações Unidas (ONU), Mattarella destacou que mais de 90% das vítimas de conflitos armados são civis. Levando isso em consideração, o presidente alertou que essa realidade “não pode ficar impune nem ser ignorada”.
“Quantas mortes mais serão necessárias para que deixemos de encarar a guerra como uma ferramenta para resolver disputas entre Estados e passemos a utilizá-la para satisfazer o desejo arbitrário de dominar outros povos?”, questionou o italiano.



