O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, disse depois de conseguir a aprovação parlamentar de um duro pacote de austeridade, que não está "desesperado" a respeito das perspectivas de tirar o país do seu atual endividamento.
Falando principalmente de improviso à Câmara dos Deputados, Monti disse também que espera que o pacote, num valor de 33 bilhões de euros, seja o "último sacrifício" imposto aos italianos.
De acordo com a imprensa italiana, o antecessor de Monti, Silvio Berlusconi, teria dito que o premiê está "em desespero".
Mas Monti, que chefia um gabinete tecnocrata instalado no mês passado, num esforço para assegurar aos mercados de que a Itália poderá administrar suas dívidas, dirigiu-se ao Parlamento após a aprovação de partes isoladas do pacote para dizer: "Eu absolutamente não estou em desespero".
Segundo ele, muitas das reformas são estruturais e vão ajudar na futura estabilidade financeira, mas acrescentou que a Itália precisa de mais medidas para liberalizar a economia e reformar o mercado trabalhista.
Momentos antes, suas abrangentes medidas, destinadas a salvar a terceira maior economia da zona do euro de um desastre financeiro, foi aprovada num voto de confiança por 495 a 88 votos.
Em meados deste ano, o colapso na confiança dos investidores em relação à Itália causou a queda de Berlusconi, colocou o país no epicentro da crise do euro e levou seus custos de endividamento para níveis insustentáveis nos mercados de bônus.
Horas após o voto de confiança, os problemas da Itália voltaram a ser salientados pela decisão da agência Fitch de colocar a Itália e cinco outros países da zona do euro sob perspectiva de redução de nota, citando a falta de uma "solução abrangente" para a crise.