A violência na final da Copa da Itália ainda repercute no país. O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, declarou ao jornal La Stampa que é hora de dar um basta à impunidade dos torcedores que vão ao estádio só para brigar.
"Se ninguém quer fazer, eu faço. Vou deixar terminar o campeonato [italiano] e depois, entre julho e agosto, vamos pensar em como devolver o futebol às famílias", disse Renzi. Ele mandou um aviso às torcidas organizadas dizendo que irá "romper" com esse tipo de torcedor e ainda contou o porquê de não ter abandonado o estádio durante a confusão, dizendo que "nós ficamos lá porque não vamos deixar o futebol para essas pessoas".
O ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, declarou que o jogo foi mantido "porque se concluiu que havia ordem do público dentro e fora do estádio". Ele ainda contesta a versão que saiu na mídia italiana que a partida só começou porque o líder das torcidas organizadas da equipe do Napoli permitiu. Já o presidente da Liga da Série A italiana, Maurizio Beretta, pediu que não seja dada punição ao clube ou a toda a torcida de um time. "O problema não é punir a sociedade ou a torcida inteira. O verdadeiro salto de qualidade será a punição aos indivíduos. Devemos trabalhar para aprovar normas que impeçam o acesso aos locais esportivos de pessoas que tenham precedentes específicos", declarou Beretta.
O técnico da seleção italiana, Cesare Prandelli disse que a mudança desses tipos de episódios deve passar por um "endireitamento" dos italianos. "Não podemos fazer de conta que nada aconteceu. Faz anos que tentamos evitar brigas de torcidas rivais e sempre disse que o protagonista do futebol é o jogo, não os torcedores. É feio dizer, mas nós italianos precisamos ser endireitados. Dessa maneira, precisamos de uma grande reflexão que envolva a todos no país. Caso contrário, a Fifa e a Uefa vão nos parar", desabafou Prandellli.
Torcedor ainda está em estado grave, mas estável Ciro Esposito, o torcedor do Napoli que foi atingido por um tiro durante o confronto fora do estádio Olímpico, continua em estado "muito complicado, mas teve uma noite estável após a operação para a retirada do projétil", informou a equipe médica da Policlínica onde ele está internado.
A mãe do torcedor, Antonella Leardi, ficou indignada ao saber que seu filho tem uma ordem de prisão por causa da confusão e pediu se havia algum advogado que poderia defender Ciro gratuitamente, já que não tem recursos para pagar os gastos do processo. Após o apelo, muitos advogados se dispuseram a ajudar a família e, ao final, Leardi disse que o advogado do jogador Diego Maradona, Angelo Pisani, será o defensor da família sem remuneração.