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Professor italiano elogia Hitler e gera polêmica na Itália

A Itália enfrenta mais uma polêmica envolvendo o nazismo e os movimentos de extrema-direita. Desta vez, um professor de filosofia de Siena postou no Twitter uma mensagem a favor de Adolf Hitler. “Disseram a vocês que sou um monstro porque não contaram que combati os verdadeiros monstros que hoje governam e dominam o mundo”, diz o tuíte, acompanhado de uma foto do líder nazista.

“Hitler, apesar de não ser um santo, naquele momento defendia a civilização europeia inteira”, escreveu o professor Emanuele Castrucci, que ministra aulas de Filosofia do Direito da Universidade de Siena.

Além da mensagem, também recebeu críticas o posicionamento da instituição de ensino, que se limitou a dizer que o tuíte era “uma opinião pessoal” do docente. “O professor Castrucci escreveu [o tuíte] a título pessoal e assume sua responsabilidade”, disse o reitor Francesco Frati. “A Universidade de Siena, como demonstrado em várias ocasiões, é declaradamente antifascista e rejeita qualquer forma de revisionismo histórico em relação ao nazismo”, completou.

A vice-governadora da região da Toscana, onde fica Siena, Monica Barni, pediu o afastamento do professor. “Muitas pessoas ainda não entenderam que a apologia ao fascismo é um crime”, criticou.

“Em 2019, não é possível assistir a isso sem fazer nada”. Outros expoentes políticos italianos também se uniram aos protestos. “Para um professor da Universidade de Siena, ‘Hitler defendia a civilização europeia’. Para o reitor, é apenas uma ‘opinião pessoal’. Não tem nada a acrescentar?”, criticou o vice-secretário do esquerdista Partido Democrático (PD), Andrea Orlando.

Pressionado, o Departamento de Jurisprudência da Universidade de Siena emitiu uma nota dizendo que o tuíte do professor contém conteúdos “inaceitáveis”. A região da Toscana pediu que as autoridades locais investiguem o episódio e abram uma denúncia de “apologia ao fascismo”. A Comunidade Judaica de Florença, que atua em Siena, também prometeu adotar medidas contra a postagem. No mês passado, um outro episódio gerou polêmica na Itália. A senadora vitalícia Liliana Segre, de 89 anos, sobrevivente do campo de extermínio nazista de Auschwitz, precisou receber escolta policial devido a ameaças que vinha recebendo nas redes sociais.

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