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Projeto eólico em “cenário de Mona Lisa” gera briga na Itália

As autoridades locais da Toscana e da Emilia-Romagna iniciaram uma “briga” após a aprovação de um projeto para construir um parque eólico na zona rural da fronteira entre as regiões italianas, onde se acredita ser o cenário da “Mona Lisa”, obra-prima do artista italiano Leonardo Da Vinci (1452-1519).

A disputa começou após o governo regional da Toscana dar aval para o plano de construção de turbinas eólicas em Badia Tedalda, na Alta Valmarecchia, onde especialistas identificaram a paisagem como o fundo da pintura mais famosa do gênio renascentista.

O prefeito de Rimini, Jamil Sadegholvaad, lidera a luta contra a iniciativa, batizada “Badia del Vento”, alegando que os planos desrespeitam as normas que protegem áreas de extraordinária beleza natural.

Segundo ele, esta aprovação é “um mau sinal” e “um terrível viático para o método com que os territórios, o país, devem abordar a questão das energias renováveis”.

As turbinas eólicas que, a pedido da região da Toscana, devem ser construídas nas paisagens que formam o cenário da Mona Lisa, de Da Vinci, desafiam “as opiniões contrárias da região da Emilia-Romagna, de três superintendências, dos municípios, da província de Rimini e da grande maioria das associações ambientais e culturais”, enfatizou Sadegholvaad.

O prefeito italiano ressaltou ainda que a “Toscana quis ir em frente, demonstrando mais uma vez como, em uma questão tão séria e delicada, atalhos, truques e a incapacidade de abordar os assuntos de forma sinérgica ainda são, e infelizmente, os caminhos mais frequentados”.

“Preferem prosseguir com soluções fazendo os vizinhos pagarem pelos efeitos diários. Sem considerar, aliás, que, no final, a própria Toscana, tão ávida por proteger a paisagem de instalações semelhantes em outras áreas de sua região, será prejudicada por esse expediente de baixa qualidade”, concluiu Sadegholvaad.

O projeto, aprovado pela Conferência Toscana de Serviços, envolve a instalação de sete turbinas eólicas de 200 metros de altura no município de Arezzo, efetivamente um território entre a Emilia-Romanha e a região de Marcas.

A Superintendência se opõe, expressando reservas quanto ao impacto na paisagem. A usina, apoiada pelo município, foi preliminarmente aprovada pelo governo da Toscana em 2022, mas a liberação formal da concessão está prevista para julho. 

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