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Promotor do Vaticano pede pena de sete anos de cadeia para cardeal por crimes financeiros

O promotor de Justiça do Vaticano, Alessandro Diddi, pediu a condenação do cardeal Angelo Becciu a sete anos e três meses de prisão por supostas irregularidades na gestão de fundos da Santa Sé.

O caso diz respeito a investimentos da Secretaria de Estado, principal dicastério da Cúria Romana, incluindo a compra de um edifício em Londres por 350 milhões de euros, valor desembolsado entre 2014 e 2018.

A suspeita é de que o imóvel tenha sido adquirido com recursos do Óbolo de São Pedro, sistema de arrecadação de donativos da Igreja Católica e que é usado para ações de caridade, não para investimentos especulativos. Na época da transação, Becciu, mais alto prelado processado por crimes financeiros no Vaticano, era o “número 2” da Secretaria de Estado, gestora do Óbolo.

O escândalo, no entanto, só explodiu em 2020, quando o cardeal renunciou ao comando da Congregação para as Causas dos Santos e aos direitos do cardinalato, embora ele negue irregularidades na compra do edifício em Londres.

O prédio seria vendido em 2022, por 215 milhões de euros. “O pedido do promotor de Justiça não leva em conta os resultados do processo, que demonstrou a absoluta inocência do cardeal”, disseram os advogados de Becciu, Maria Concetta Marzo e Fabio Viglione. “Nem mesmo um dia [de cadeia] seria uma pena justa”, acrescentaram.

Ao todo, as penas pedidas para os 10 réus no processo totalizam 73 anos e um mês de prisão, além de interdições de cargos no Vaticano e sanções pecuniárias de vários tipos. Para Becciu, o promotor Diddi também solicitou interdição perpétua de cargos públicos e multa de 10.329 euros, além do confisco de 14 milhões de euros.

O processo será retomado em 27 de setembro, mas a sentença é prevista apenas para o fim do ano.

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