Notícias

Promotor italiano vai apelar contra absolvição de Amanda Knox e Sollecito

O promotor italiano Giuliano Mignini, que perdeu o recurso em segunda instância contra a estudante americana Amanda Knox, afirmou nesta terça-feira que irá apelar contra a absolvição de Amanda e seu ex-namorado, o italiano Raffaele Sollecito. "Nós vamos apelar. A (alta) corte irá decidir se confirma a primeira ou a segunda sentença", disse Mignini na cidade de Perugia, na Itália. Amanda e Sollecito foram inocentados das acusações de homicídio da britânica Meredith Kercher, ocorrido em 2007, quase dois anos após terem sido condenados pelo crime.

A acusação insiste que Amanda Knox, Raffaele Sollecito e o marfinense Rudy Guede – terceiro condenado no caso, que cumpre pena de 16 anos – mataram Meredith Kercher em um jogo sexual envolvendo drogas que saiu do controle dos jovens. Os três, no entanto, alegam ser inocentes. Segundo o jornal online Daily Mail, o juiz Claudio Pratillo Hellman, que anunciou a absolvição de Amanda e Sollecito na última segunda-feira, deve escrever um relatório sobre a decisão durante os próximos 90 dias. A promotoria deve analisar o documento antes de entrar com o recurso em terceira instância.

Entretanto, Amanda Knox não é obrigada a voltar à Itália para participar de um possível terceiro julgamento. De acordo com o Daily Mail, mesmo que a Itália possa pedir a extradição da americana, é improvável que os Estados Unidos entreguem-na ao país que, em 2009, condenou-a a 26 anos de prisão.

Amanda Knox não foi absolvida da indenização por difamação contra o italiano Patrick Lumumba, que foi preso injustamente após a morte de Meredith devido a depoimentos da americana. O promotor Mignini argumentou que "a corte a considerou culpada por difamação. Então, por que ela cometeu difamação? Ela disse aquilo para se salvar da acusação de assassinato. Ela apontou para Patrick Lumumba para se salvar, e Sollecito simplesmente a seguiu. Aonde quer que ela vá, ele vai".

O promotor Giuliano Mignini também afirma que o julgamento de apelação encerrado ontem deveria ter sido interrompido logo no início por causa de um comentário feito pelo assistente do juiz, Massimo Zanetti. "A única coisa que sabemos com certeza é que Meredith Kercher foi assassinada", afirmou ele no começo do júri. Para o promotor, "o juiz deveria ter pegado seu assistente pelas orelhas e dito: 'Ei, você, não faça isso'". "Em minha opinião, isso mostra que ele não foi imparcial", disse Mignini.

Entenda o caso

Meredith Kercher Cara Susanna, 21 anos, foi encontrada morta no dia 2 de novembro de 2007, na casa onde vivia com Amanda Knox e outras duas italianas – que estavam fora da cidade na data. A britânica tinha marcas de facadas e de agressão sexual, além de um corte na garganta.

Amanda e Sollecito foram presos no dia 6 de novembro de 2007. Em seguida, a polícia prendeu Patrick Lumumba, que foi inocentado mais tarde. Cerca de duas semanas depois do assassinato, Rudy Guede se tornou suspeito de participação no crime a partir de impressões digitais dele que foram encontradas em um travesseiro de Meredith. Guede foi preso no dia 20 de novembro daquele ano, na Alemanha, e extraditado à Itália em 6 de dezembro.

Guede foi condenado, inicialmente, a 30 anos de prisão, mas recorreu contra a sentença e teve a pena reduzida para 16 anos de cárcere privado. Em 2009, Amanda e Sollecito foram condenados a 26 e 25 anos de prisão, respectivamente. Os dois apelaram contra a sentença, argumentando que as provas que os ligavam ao crime eram insuficientes para uma condenação – como vestígios do DNA de Amanda encontrados em uma faca. No dia 3 de outubro deste ano, a corte de Perugia anunciou a absolvição da americana e do italiano.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios